Realmente a vida é uma coisa que nos surpreende, precisamente nas alturas em que achamos que tudo é previsível. Como disse outrora alguém vida é o que acontece quando esperamos exactamente o contrário.
A vida dá muitas voltas e por isso convém ser humilde para não ser humilhado pelos outros.
Estava aqui a ver que há quase exactamente um ano atrás (em 12 de Abril de 2014) escrevi um artigo a que chamei "os dois barcelonas". O "segundo Barcelona" era precisamente o Bayern de Munique. Na altura dava ainda como por provar a capacidade de Guardiola em exportar a sua fórmula vencedora para a Alemanha. Penso que hoje já não haverá dúvidas de que o treinador espanhol conseguiu impor as suas ideias e que com isso começa a ganhar um estatuto ímpar no panorama do futebol mundial.
Quando Guardiola ganhou no Barcelona as suas vitórias foram algo desvalorizadas pelo facto de existirem Messi, Iniesta e Xavi e uma escola de futebol que formava jogadores desde os juvenis. Mas neste momento Guardiola está a demonstrar que o seu modelo de jogo não está constrangido a uma determinada equipa. Que de mais diferente pode haver do estilo algo "palavroso", de passes e mais passes, futebol rendilhado, de Guardiola do que o pragmatismo alemão? Em termos futebolísticos nada. E no entanto Guardiola está a impor as suas ideias e este Bayern é um portento de futebol.
Nessa crónica que escrevi há um ano dava o Real Madrid e o Chelsea como favoritos a chegar à final da Champions. O Real realmente trucidou na altura o Bayern, numa noite de glória para Sérgio Ramos e Ronaldo que marcaram dois golos cada um em Munique. O Chelsea de Mourinho porém foi eliminado pelo Atlético de Madrid. A perspectiva de uma final entre os dois melhores treinadores gorou-se assim. Na Luz o Real venceria a sua "décima" com outro dos melhores treinadores do mundo (e talvez o mais titulado, com 3 Ligas dos Campeões entre muitos outros troféus), Carlo Ancelotti. Mourinho via assim o título que durante três anos perseguira sem sucesso enquanto treinador do Real sorrir ao seu sucessor.
Este ano Mourinho foi eliminado de forma surpreendente pelo PSG (o tal que "humilhou" o Benfica por nos derrotar por 3-0 na sua casa), ao passo que Guardiola já está nas meias finais, assim como o Barcelona. Ancelotti tem boas perspectivas de lá chegar e o outsider deste naipe de equipas deverá ser a Juventus (embora Leonardo Jardim ainda tenha uma palavra a dizer).
São algumas das muitas voltas que a vida dá. Quando o Real foi campeão de Espanha com Mourinho e Guardiola saiu do Barcelona no fim da época para descansar física e psicologicamente muitos acharam que o espanhol estava derrotado e acabado. Ora ele está a provar que isso não é verdade e ainda que é possível ganhar não abdicando de um futebol bonito, de um futebol bem jogado de um futebol atractivo.
A noite de ontem foi um grande momento de Guardiola. A sua equipa demonstrou ser das melhores do mundo e apesar da noite desastrada do Porto, o mérito do Bayern (sem muitas estrelas) não pode ser colocado em causa. Só uma equipa de topo poderia jogar de forma tão dominadora, tão demolidora para o adversário.
Transpondo isto para Portugal e para o Benfica que é sempre o principal foco do nosso interesse, importa dizer que Jorge Jesus tem sido criticado vezes sem conta por privilegiar esse tipo de futebol, por acreditar nesse tipo de futebol e por insistir nas suas ideias atacantes. Quando perde, logo aparecem todos os seus críticos mais acirrados, em poses triunfais, no estilo: eu bem vos disse, a desprezar e achincalhar o nosso treinador. Quando empatou em Barcelona contra uma equipa com vários suplentes, foi severamente criticado (apesar do Benfica também não ter podido contar com jogadores como Sálvio, Enzo ou Cardozo), falando-se de forma depreciativa de um "Barcelona B ou C". Um dos jogadores titulares do Barcelona nessa noite foi um dos carrascos do Porto, ao marcar dois golos nesta eliminatória: Thiago Alcântara. São voltas...
Mas durante estes 5 anos JJ, apesar de todos os que só criticam e tentam deitar abaixo, não abdicou das suas ideias e de acreditar em si. Os resultados estão à vista e são incomparáveis com os anos que o precedem. Não fora manifesta infelicidade em alguns jogos chave e pelo menos mais um título de campeão nacional e uma Liga Europa estariam no nosso museu.
Isto é verdade, independentemente do que acontecerá no Domingo. O menos surpreendente de certa forma seria o empate, mas todos os cenários são possíveis. Uma coisa é certa, eu acredito neste Benfica e estou convicto de que Domingo sairei do Estádio da Luz satisfeito com o desfecho. Mas nada está garantido. Os portistas certamente esperam o contrário. Manuel Serrão diz que "o Benfica vai ajoelhar novamente". Veremos. Às 5 da tarde de Domingo acaba a conversa e começa o jogo jogado. É aí que tudo se decidirá.
A noite de ontem foi um grande momento de Guardiola. A sua equipa demonstrou ser das melhores do mundo e apesar da noite desastrada do Porto, o mérito do Bayern (sem muitas estrelas) não pode ser colocado em causa. Só uma equipa de topo poderia jogar de forma tão dominadora, tão demolidora para o adversário.
Transpondo isto para Portugal e para o Benfica que é sempre o principal foco do nosso interesse, importa dizer que Jorge Jesus tem sido criticado vezes sem conta por privilegiar esse tipo de futebol, por acreditar nesse tipo de futebol e por insistir nas suas ideias atacantes. Quando perde, logo aparecem todos os seus críticos mais acirrados, em poses triunfais, no estilo: eu bem vos disse, a desprezar e achincalhar o nosso treinador. Quando empatou em Barcelona contra uma equipa com vários suplentes, foi severamente criticado (apesar do Benfica também não ter podido contar com jogadores como Sálvio, Enzo ou Cardozo), falando-se de forma depreciativa de um "Barcelona B ou C". Um dos jogadores titulares do Barcelona nessa noite foi um dos carrascos do Porto, ao marcar dois golos nesta eliminatória: Thiago Alcântara. São voltas...
Mas durante estes 5 anos JJ, apesar de todos os que só criticam e tentam deitar abaixo, não abdicou das suas ideias e de acreditar em si. Os resultados estão à vista e são incomparáveis com os anos que o precedem. Não fora manifesta infelicidade em alguns jogos chave e pelo menos mais um título de campeão nacional e uma Liga Europa estariam no nosso museu.
Isto é verdade, independentemente do que acontecerá no Domingo. O menos surpreendente de certa forma seria o empate, mas todos os cenários são possíveis. Uma coisa é certa, eu acredito neste Benfica e estou convicto de que Domingo sairei do Estádio da Luz satisfeito com o desfecho. Mas nada está garantido. Os portistas certamente esperam o contrário. Manuel Serrão diz que "o Benfica vai ajoelhar novamente". Veremos. Às 5 da tarde de Domingo acaba a conversa e começa o jogo jogado. É aí que tudo se decidirá.
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