terça-feira, 22 de março de 2016

As lições do Bessa - se queremos realmente o 35

Esta é a altura para o Benfica aproveitar a pausa na competição de clubes para fazer uma reflexão e trabalho de bastidores para preparar a fase final do campeonato. Esta reflexão alarga-se inclusivamente aos adeptos como irei seguidamente demonstrar.
 
Em primeiro lugar, não retiro uma palavra aos elogios que fiz à equipa (e adeptos) pela vitória no Bessa. Foi realmente algo de épico e memorável pelas circunstâncias que a rodearam e as dificuldades que se levantaram. Nisto incluo as permanentes formas de pressão sobre a equipa, nossos jogadores e arbitragens levadas a cabo pelas agências de propaganda e funcionários do Sporting com a colaboração ou complacência de alguma imprensa.
Digamos que o Boavista sentiu as "costas quentes", nomeadamente para dar pancada e provocar desde o primeiro minuto Renato Sanches. O que vale é que este miúdo é mesmo uma força da natureza e que, por muito velhacos e miseráveis que sejam os constantes ataques e provocações ele vai continuar a encher os campos com o seu futebol e a sua entrega. Temos que o enquadrar e proteger para que ele continue a poder dar o seu enorme contributo à equipa.
Às dificuldades do Bessa temos que somar as tremendas ausências da equipa: Júlio César, Luisão, Lisandro, Jardel, Gaitan, Mitroglou e Fesja para além de Samaris e André Almeida que jogaram fora das suas posições. É evidente e inevitável que a equipa se ressinta destas ausências.
 
No entanto se quisermos avaliar friamente as coisas e tentar melhorar temos que admitir que nos últimos minutos jogámos num risco quase total, com a equipa completamente balanceada para o ataque e que o golo memorável de Jonas surgiu seguramente na última oportunidade de que disporíamos no jogo. Ou seja, estivemos perto de não ganhar. E isto numa fase crítica da época. Isto não é uma crítica, é uma constatação que a meu ver deve ser ponderada para melhorar, tanto mais que temos agora duas semanas de paragem, para abordar os jogos até ao fim de uma forma um pouco diferente para melhor.
 
Nada está ganho. É importante recordar bem isto. Não devemos contar com as derrotas do Sporting no dragão e em Braga (ou noutras escorregadelas desse clube), sobretudo porque o Porto está muito descaracterizado e frágil na defesa e porque o Braga já não tem muito para que jogar no campeonato (menos ainda na última jornada, nas vésperas de jogar a final da Taça de Portugal). Nesta medida temos que preparar os nossos jogos com um rigor absoluto e tentar, tanto quanto possível, resolvê-los cedo como fizemos durante várias jornadas (precisamente há uma volta atrás) quando impusemos várias goleadas aos nossos adversários.
 
Outra das coisas que precisamos de fazer é recuperar os nossos lesionados, sobretudo Lisandro, Fesja e Gaitan e recuperar a melhor forma de Nélson Semedo e Sálvio. Ideal era também recuperar Júlio e Luisão obviamente mas esses processos poderão estar mais atrasados. Isto sem esquecer Talisca e Raúl que não estando lesionados precisam claramente de mais confiança porque qualidade têm-na sem dúvida. A pausa é boa porque permite algum tempo para isto, nomeadamente para os jogadores de que acabei de falar e que não estão convocados para as seleções (Gaitan foi convocado mas não jogará devido à lesão). Outro caso é o de Pizzi. Tem sido um jogador importantíssimo esta época, crucial para a recuperação na tabela, mas que nos últimos jogos tem perdido fôlego. Ao contrário de outros fico muito satisfeito de não ter sido convocado para a selecção.
 
Quanto aos adeptos, há duas coisas a ter em mente. Por um lado, é impossível não reconhecer o seu papel na caminhada da equipa e particularmente nesta vitória no Bessa. A forma como encheram o estádio foi algo de extraordinário e que atesta a dimensão do Benfica. No entanto há duas coisas a evitar ou erradicar. A primeira é a euforia. A euforia é contraproducente. Há que ter os pés bem firmes no chão. A outra coisa é a pirotecnia. Para além das multas e dos petardos, no Bessa atiraram várias tochas para o relvado que passaram muito perto dos nossos jogadores! Isto é inconcebível!! Imaginem que um nosso jogador (ou qualquer outra pessoa na verdade) tinha sido atingido pelas tochas?? Da forma que elas foram atiradas, do topo da bancada, dificilmente a sua trajectória podia ser controlada por quem a arremessou. Por isso apelo fortemente às claques, cujo papel tem sido tão importante, que identifiquem as pessoas que fizeram isto e as responsabilizem. As claques têm que controlar as pessoas que estão no seu seio sob pena do Benfica poder sair fortemente prejudicado.
 
É tempo de carregar baterias e trabalhar nos bastidores para poder tornar o 35 numa realidade. Todos o desejamos e todos a remar para o mesmo lado teremos mais hipóteses de o conseguir. A boa notícia é que estamos à frente e que podemos confiar na dedicação e qualidade de todos os profissionais do Benfica para a conquista deste feito.

7 comentários:

  1. Muito em visto. O meu aplauso.
    Vamos lá até ao 35º!

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  2. Não é Rúben Semedo, mas sim Nélson Semedo.
    E "tranquilo", pois os responsáveis estão atentos. Muitíssimo atentos.
    Quanto à pirotecnia, infelizmente continuará.

    Saudações.
    GV

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  3. Correcção feita. Estou cansado de saber que é Nélson Semedo ou Sem Medo como também já o chamaram, mas por vezes as gralhas acontecem. Obrigado a ambos pelo alerta.
    Saudações gloriosas.

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  4. Texto bem esgalhado! Ideias bem ponderadas e boa reflexão sobre os temas propostos. Infelizmente concordo com o Grão Vasco. As coisas com as claques estão descontroladas.

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