quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Futebol internacional - Botafogo

 O Botafogo voltou a vencer, após o despedimento de Bruno Lage. O treinador teve uma passagem infeliz pelo clube carioca. 

Lage fez uma notável segunda metade de época no Benfica em 2019, após a saída de Rui Vitória. Recuperou uma desvantagem de 8 pontos e tornou o Benfica campeão. Mas na época seguinte, após um início novamente fantástico, viu o o título escapar-se-lhe entre as mãos, desperdiçando uma vantagem idêntica. Lage entrou em conflito com alguns jogadores e enredou-se em labirintos de teimosias e contradições em grande parte criados por si mesmo.

Agora no Fogão Lage teve uma nova oportunidade mas voltou a entrar por descaminhos, repetindo os erros do passado. A equipa já tinha entrado numa trajectória descendente e a tremenda vantagem pontual diminuiu substancialmente, a ponto da liderança começar a ficar em risco. Recorde-se que o Botafogo tem John Textor como principal acionista. O milionário norte-americano esteve interessado em investir no Benfica e será dessa ligação (que nunca se concretizou) que se lembou do nome de Lage. Além disso o treinador sucedia a outro treinador português, Luís Castro que, esse sim, fez um excelente trabalho. Mas a aposta em Lage falhou redondamente e os próprios jogadores já não acreditavam na sua liderança. Lage deu logo um enorme tiro no pé ao, após a primeira derrota e de forma não apenas surpreendente mas completamente inexplicável, colocar o seu lugar à disposição. Foi extemporâneo e deu logo a imagem de que não tinha capacidade para suportar a pressão. Ou dava rapidamente a volta à situação com vitórias categóricas nas semanas seguintes (o que não aconteceu) ou a sua liderança ficava irremediavelmente comprometida, como se verificou.

Agora, já sem Bruno Lage, o Botafogo voltou a vencer (e logo o Fluminense que era candidato ao título) e beneficiou ainda das derrotas do Palmeiras, Grémio e dos empates do Bragantino e do Flamengo. Uma jornada perfeita que lança definitivamente o Botafogo para a recta final da época. O título já não é uma miragem. Faltam 12 jornadas e o Fogão tem 9 pontos de vantagem para o Bragantino (de Pedro Caixinha) que não era sequer candidato e 11 sobre Grémio, Palmeiras e Flamengo.

Nota ainda para Gabriel que tem sido um esteio desta equipa. É um jogador do qual sempre gostei e que lamentei que tivesse saído do Benfica. Não temos no plantel nenhum jogador como ele. É técnico, atlético, duro e raçudo. Não será o mais veloz dos jogadores mas é um box to box, intratável nos duelos individuais, com bom jogo aéreo e capacidade de finalização. Contra o Fluminense fez mais uma enorme exibição.

Já em Inglaterra o Arsenal venceu o City em casa e assumiu a liderança a par do Tottenham (a surpresa de início de campeonato, tanto mais que este ano perdeu Kane). No que diz respeito à Premier League, foi a primeira vitória do Arsenal sobre o City desde 2015! Para encontrar um resultado  que não fosse uma derrota do Arsenal era preciso recuar a 2017!

Foi por isso um feito importante para o discípulo de Guardiola. Embora o City continue a ser favorito para a revalidação do título, o Arsenal afirmou-se capaz de vencer os clubes de topo, a começar pelo tricampeão. 


7 comentários:

  1. Essa do Gabriel é a anedota do dia. Por ti e por mais alguns o Benfica teria pouco mais ou menos 499 jogadores.
    Do papalvo do Lage nem vale a pena gastar mais tinta.

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  2. Lage preteriu o Gabriel em favor de Weigl. Coincide exactamente com a queda do Benfica. Gabriel daria um jeitão no Benfica actual. Curioso ter reencontrado o treinador que o preteriu no Botafogo.

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    1. o que diz é mentira.
      o lage nunca preteriu o gabriel pelo weigl, alias o gabriel jogava a oito com o lage e não a trinco como depois outro treinador o colocou a jogar numa posição que não era a sua.
      mas alguns continuam a querer distorcer a realidade para justificar uma narrativa inventada.

      a queda da equipa no tempo do lage coincidiu com a lesão do gabriel, lesão que muitos dizem que foi uma desculpa e que tinha sido um desentendimento com o lage, e com a entrada do enterra do taarabt.
      se é um dos que acha que a lesão foi inventada então o lage preteriu o gabriel pelo taarabt.

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  3. Sem querer retirar mérito ao Bruno Lage, cada vez mais me convenço que o título de 2019 deve ser (e é) repartido entre ele e Rui Vitória. O segundo (Rui Vitória) preparou a equipa, e o primeiro (Bruno Lage) aproveitou esse trabalho.

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    1. Rui Vitória estava completamente perdido. E tinha perdido o plantel.
      Não preparou nada.
      Foram as alterações que Lage introduziu na equipa, nomeadamente com a promoção do Félix, que catapultaram a equipa para o título.
      Se o Vitória tem alguma quota nesse título, não deve exceder 10%.

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    2. O mérito do Rui Vitória talvez exceda um pouco, melhor dizendo excede bem mais que só 10% do mérito, e tenho bases irrefutáveis para tal. Na época 18/19, Rui Vitória comandava o Benfica pela quarta época consecutiva, tendo nas três anteriores lutado até à última em várias competições, sendo que na primeira foi campeão e chegou aos (hoje em dia) tão valorizados quartos da Champions tendo também ganho a Taça da Liga cuja final nessa época foi em Maio; na segunda voltou a ser campeão e ainda ganhou a Taça de Portugal; na terceira foi um pouco (talvez muito) pior e só lutou pelo campeonato (a sério) até três ou quatro jornadas do fim. E qual é que é o padrão aqui? Três épocas completas, em que em duas delas não só se viu (voluntariamente) a lutar até ao fim com sucesso, e em outra acabou por não ter sucesso. Cheguemos a Bruno Lage, responsável por 90% do sucesso em 18/19, na única época que iniciou e construiu o plantel, chegou a Janeiro com a equipa sem poder com "uma gata pelo rabo", isto antes do descalabro que representou o COVID que só aconteceu em Março e mais para a frente. Será que Bruno Lage que se espalhou ao comprido na única época que iniciou, e que tinha zero de comando principal em futebol de primeira antes do Benfica, é responsável por 90% do sucesso da época 18/19, ou será antes Rui Vitória que tem "tracking record" também no Benfica, responsável por bem mais que apenas 10% da época 18/19? É que apesar de não ser nem pouco mais ou menos fã de Rui Vitória, e veria com apreensão o seu regresso ao Benfica, em relação ao Bruno Lage a minha opinião é "nunca mais", ou pelo menos "não assim tão cedo".

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    3. Obviamente para considerar Rui Vitória bem mais responsável do sucesso em 18/19 em mais que 10%, não só em termos matemáticos em que terá contribuído com acima dos 30% dos pontos (teve uma média inferior a Bruno Lage, obviamente), e esses pontos também contaram paraos números finais. Falo da preparação física da equipa, as equipas de Rui Vitória raramente estoiravam fisicamente, e quando aconteceu terá sido mesmo no "cagagésimo" jogo da época. Em 19/20 já não nos aguentávamos nas pernas no final de Janeiro/ início de Fevereiro... foi muito mal planeado por Bruno Lage.

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