domingo, 29 de outubro de 2023

Um Benfica triste e incaracterístico

 O Benfica continua a somar maus resultados esta época e agora já nem jogos em casa contra equipas pequenas nos valem. 


Tudo começa com demasiadas incertezas de Roger Schmidt. Ao passo que na época passada acertou um 11 logo na pré-época, este ano muda de equipa a cada jogo. Nenhum sector escapa: já tivemos 3 (três!!!) guarda redes titulares esta época, e na esquerda já jogaram também três jogadores; no meio campo não há maneira de acertar - o número de duplas já é quase incontável; no ataque também tem havido mudanças, com um Artur Cabral que não convence a obrigar o treinador a experimentar as várias soluções existentes no plantel.

Mas os intérpretes não são o único problema. Há vários problemas na equipa que não se explicam unicamente a partir do baixo rendimento dos jogadores. Quando uma equipa funciona bem, parece que todos os jogadores são bons; quando funciona mal parece que nenhum presta.

O Benfica defende mal, dá demasiado espaço, não pressiona como fazia na última época, passando por isso muito tempo a correr atrás da bola e não marca golos suficientes. Os sectores estão demasiados distantes, a equipa parece desconexa. Schmidt falou já este ano em equilíbrio e tem razão nesse diagnóstico, o problema é que não o consegue resolver. Aursnes é um bom jogador e tapa vários buracos mas não é solução para o meio campo. E Chiquinho penso que já terminou o seu ciclo no Benfica. Cada vez que tem entrado este ano não acrescenta rigorosamente nada.

Mas acima de tudo a equipa parece triste, lenta, sem rasgo e com pouca confiança. 

Os diferentes casos (Neres, Vlachodimos, Di Maria e João Victor) claro que não contribuíram nada para o espírito de equipa. A liderança de Schmidt poderá estar em causa e se assim fôr vai ser muito difícil recuperar a autoridade. 

Desde agosto que venho alertando para estes problemas de balneário. Quando as coisas não correm bem nesse capítulo, quando não há união, tudo se torna muito mais difícil e o sucesso fica distante. 

E claro que não posso terminar sem dizer que Trubin poderia ter sido o herói da partida mas acaba por estar ligado a este desaire com um frango inaceitável. Já não é o primeiro. Na selecção ucraniana teve outro momento inexplicável recentemente ao sofrer um golo num remate a meio da baliza. Veremos se não arranjámos um problema complicado na baliza.

5 comentários:

  1. precisamente neste momento já nem é um problema de escolha deste ou daquele jogador de esta ou aquela contratação ter falhado é problema global da equipa.
    e podia vir amanhã o novo maradona e iria jogar mal e era rotulado de flop.

    defendemos mal no seu todo não defendemos como equipa e isto já vem desde o inicio da época e nos últimos jogos até atacamos mal porque são ataques desgarrados.

    e tens de somar o morato, o mihailo, e o gilberto e o henrique araújo o ano passado.
    são demasiados casos com demasiada gente.

    a maneira como o odysseas foi gerido foi um enorme tiro nos pés e disse na altura que era o pior que poderia ter acontecido ao turbin porque deixou de ter tempo para se adaptar a uma realidade nova, coisa que quer o oblak e o ederson tiveram e para mim até tinham mais potencial que ele, mas a malta acha que numa posição tão sensível como a baliza, onde não se pode falhar, ser muito novo não tem qualquer importância no desempenho.

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  2. Boas, já o disse aqui ou noutro lado qualquer que para mim os "tiros no pé" mais recentes de Roger Schmidt em relação a alguns dos jogadores, e mesmo o seu "alegado ou aparente" (estou a ser irónico, pois é factual e real) desnorte, serão uma consequência e não uma causa. Terá acontecido algo de relativamente grave que terá minado a confiança interna. Seja a saída algo mal explicada do Enzo ou a saída inoportuna do Ramos, já sei bateram as cláusulas de transferência, mas alguém tem a certeza de que os atletas quiserem sair quando saíram? Também já sei que no caso do Enzo, ele não quis continuar e até se terá portado mal, mas nem o Enzo nem o Gonçalo foram os primeiros jogadores jovens a sair por troca de um "cargueiro de dinheiro", e num dos casos o nosso presidente da altura até foi à apresentação do atleta no novo clube (nem num Casa Pia alguma vez vimos isto). Portanto a narrativa da saída do Enzo é a narrativa oficial, que resta analisar tendo também em conta o padrão de comportamento dos nossos dirigentes. O tal caso (ou um dos casos) que penso que terá acontecido pode também ser a saída do Veríssimo cuja influência no grupo não sabemos ao certo qual era, ou a saída do Henrique Araújo cuja importância no "Grupo do Seixal" também não sabemos qual era. Ou pode ser também a própria não renovação com o Rafa. O que é certo é que desde a saída milionária mas polémica do Enzo, já tivemos a renovação de Roger Schmidt e todas as peripécias acima descritas posteriormente descritas, e tudo isto antes de Roger Schmidt se ter desbocado em relação ao Odysseas, ou queimado o Ristic (que até ver me parece vários degraus acima do Jurasek), ou até mesmo a polémica com o João Victor, ou ainda a inconfidência das companheiras do Neres e do próprio Veríssimo. Outro ponto que queria falar é do suposto "Gang do Pizzi", há pelo menos um atleta no plantel actual que era considerado como pertencente a esse suposto grupo (Rafa), mas haverá mais elementos no actual plantel que fariam parte desse hipotético grupo, fora outros grupos que eventualmente se tenham formado dentro do plantel.

    Conclusão, o Benfica hoje quase em Novembro de 2023 é inegavelmente um clube desunido (esperemos que apenas temporariamente), que é algo que não é novo no Benfica, mas que normalmente vai mudando de "actores", excepto claro os responsáveis que continuam a ser os mesmos há mais de 20 anos, há mais de 15 anos até.. o curioso é que sempre que as coisas correm bem, corre muito dinheiro e muita comissão... e sempre que as coisas correm mal, há sempre dinheiro a correr. É a chamada "win-win situation" a pingar sempre para os mesmos. Desculpem-me mas não acredito assim tanto em coincidências.

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    1. não me parece que os casos do enzo e do ramos tenham a ver com algum mal estar.
      qualquer treinador que venha para campeonatos periféricos sabe que a qualquer momento vai ficar sem jogadores mesmo que não queira ficar sem eles ou que lhe tenham prometido que ficavam.
      é mais por um lado a incapacidade de ele se adaptar a não ter aqueles jogadores e a não ter parecidos, alias diria que se existisse mal estar do treinador seria em eventualmente não lhe terem dado o que queria.

      mas o que parece existir é um mal estar entre treinador e jogadores e esse nunca é motivado por saída de jogadores por venda mas sim pelos casos que o treinador arranjou.
      a que tens de somar a maneira como queimou o gilberto ou as inconfidências da companheira do morato.
      é já muita coisa muito conflito.
      e eu diria que o caso odysseas e amaneira como fez dele bode expiatório de uma derrota mina um balneário porque os outros olham e dizem hoje foi o odysseas mas amanha posso ser eu.

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  3. O caso Enzo nada tem de mal explicado. Tudo foi claro. Enzo quis sair, depois de prometer ficar. Um egoista que correu atrás do dinheiro, desrespeitando colegas, direção e adeptos. Justiça divina ter ido para uma equipa de Merda, com fracasso atrás de fracasso. Que a sua sina seja exemplo para outros.

    Ramos também quis sair. Diga-se que o modelo da venda revela tudo, com o dinheiro da sua venda a só chegar para o ano, limitando a nossa capacidade de ir ao mercado.
    Foi ganhar uma fortuna para o PSG. É Benfiquista, mas o cheiro do dinheiro foi mais forte. A tentação de um PSG em reconstrução também terá sido forte - lembrar que havia fortes dúvidas sobre se Mbape ficaria.

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  4. Uma correcção: na esquerda não jogaram três mas sim QUATRO jogadores desde o início da época (e ainda só temos 14 jogos oficiais): Ristic, Jurasek, Bernard e Aursnes.

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