Não há falta de adjectivos na língua portuguesa mas, nestas 24 horas que se seguiram ao Benfica-Nacional, a maioria deles já foi utilizada para classificar o jogo. Aliás, o resultado e a exibição tão avassaladora do Benfica ontem por si só expressam, melhor do que as palavras o podem fazer, o que aconteceu. Deixam um testemunho para a história que tão cedo não será esquecido.
Porque goleadas e exibições destas - é preciso termos a perfeita consciência disso - acontecem uma vez em décadas. A última assim acontecera há 55 anos. Claro que o Benfica terá outras tardes e noites de glória muito antes disso (esperemos mesmo que ainda esta época). No entanto um resultado desta ordem (como se costuma dizer, "já não se usam" números destes) aliado a uma exibição que esteve muito perto da perfeição, é algo que não acontecerá tão cedo.
E é bom ter noção disso para nos prepararmos para as muitas dificuldades que seguramente surgirão daqui até ao final da época, para tardes e noites em que as coisas não correrão tão bem, tão fluidamente, em que parecerá que "estava escrito" que não iríamos ganhar, e nas quais os jogadores terão que lá ir pela determinação, combatividade, garra e raça. Porque isso é o Benfica.
Mas claro que este dia (e apenas este, porque amanhã começa já outra história) foi de festa.
Há um mérito inegável de Bruno Lage - mas também de Luis Filipe Vieira - no que ontem aconteceu. Vieira tem apostado na formação (será talvez a única opção viável para os clubes portugueses, atendendo a que a nossa economia está muito distante das grandes Ligas) e os resultados são evidentes.
Rúben Dias, João Félix e o próprio Gedson, que tem tido menos oportunidades neste momento, são já certezas. São jogadores de qualidade indiscutível que já mostraram ser capazes de jogar a este nível. Veremos o que acontece com Ferro (que para já tem dado indicações muito positivas), Florentino (uma excelente entrada no jogo, mas sabemos que provavelmente será preciso tempo para amadurecer) e Jota. Este último é a maior promessa e a maior certeza a nível de talento. Pode vir a ser uma pedra preciosa. Mas vamos ver.
Mas claro que o mérito de quem os coloca a jogar - e como - é do treinador. Lage nesse aspecto tem feito as coisas bem. Com tranquilidade mas dando confiança aos jogadores.
O seu mérito vai, claro, além disso. A forma como a equipa se posiciona, pressiona e lança os seus ataques (as tais "transições") é algo que dá verdadeiramente gosto ver. Há muito talento, mas Lage está a potenciá-lo de uma forma que não víamos há muitos anos (se é qua alguma vez vimos).
Da exibição de ontem, que não vale a pena adjectivar, tão avassaladora e eloquente ela foi, gostaria de destacar Pizzi. Faço-o não apenas por ontem mas pelos últimos jogos - e por últimos entendo aqui uma quantidade bem grande. Pizzi é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores jogadores do Benfica e de Portugal. É absolutamente inacreditável que alguns adeptos ainda tenham a completa falta de noção de o criticar. Claro que falha alguns passes (especialmente porque arrisca sempre lançar passes de rotura) e claro que tem exibições por vezes menos conseguidas, especialmente quando fatigado. Como todos os jogadores aliás. Mas quando está bem (que é quase sempre) Pizzi é um jogador que faz o Benfica jogar. Mesmo à direita, é o motor e a casa das máquinas do futebol ofensivo da equipa. Os seus números (golos, assistências, envolvimento em jogadas de golo) são absolutamente assombroso. E ontem foi, claro está, uma noite memorável neste particular.
10 a zero. Uma noite (mais) para a gloriosa história do Benfica.
pizzi é bom jogador sempre foi mas sempre foi um péssimo 8, alias basta ver aquilo que o gabriel faz agora em comparação com aquilo que o pizzi nunca fazia.
ResponderEliminarpizzi não joga bem apesar de estar na direita mas sim por estar na direita, ou eventualmente a segundo avançado.
o problema numca foram a quantidade de passes falhados dele muito menos os de rotura.
o problema foram os passes que ele falhava a jogar para o lado sem ou aquelas perdas de bola que ele tinha quando estava virado para a nossa baliza mas sobretudo aquelas assistências que ele fazia isolando os adversários e que aconteciam quase em todos os jogos e por vezes até mais que uma vez.