quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A dois dias das eleições...

Não houve (nem haverá) nenhum debate, não se discutiram verdadeiramente ideias e propostas, não se apontaram (nem se reconheceram) erros de gestão, não se apresentaram rumos de futuro para o Benfica.
Ficaram-se até agora os candidatos pelas generalidades, por acusações mais ou menos veladas, mais ou menos diretas, por questões florais sem relevância.
Falou-se de sportinguistas na equipa de Vieira (quando dá toda a ideia que Soares de Oliveira é dos mais competentes quadros que possuímos), de anos de sócio (ridícula questão motivada por igualmente ridículos estatutos), de vendas milionárias de direitos televisivos a entidades desconhecidas, de auditorias, de Vale e Azevedo...
Uns ameaçam com o "depois de mim o caos", os outros com "o Benfica aos benfiquistas".
Muito pouco, num quadro interno e externo em que enormes desafios se apresentam: a quebra generalizada da riqueza e do consumo na Europa e em Portugal muito em particular, face a passivos monstruosos por parte de todos os clubes e SAD's deixam antever o pior.
Não há nenhuma proposta, não nenhuma ideia inovadora sobre o que fazer, nenhuma liderança verdadeiramente convincente.
Generalidades e declarações de intenções todos podemos expressar.
Todos queremos vitórias, títulos, mais mística e mais benfiquismo.
Mas não concretizando esses objectivos gerais em propostas concretas, numa dinâmica envolvente e embuída de verdadeiro benfiquismo, torna-se difícil sermos convencidos, sermos mobilizados.

Lembro-me de outros tempos com vários debates entre candidatos não apenas à Presidência da Direção mas até entre os directores para o futebol das diferentes listas. Quão longínquos parecem esses tempos...

Vieira demitiu-se até de fazer campanha, limitando-se a umas visitas às Casas do Benfica. Não assume um papel de liderança, não expressa preocupação pela possibilidade de não vencer, nem sequer demonstra grande desejo em continuar. A falta de energia e entusiasmo é confrangedora.
Mas Rangel não é melhor. Não tem também capacidade de mobilização, não tem carisma e parece mal preparado para os assuntos a que tem que responder. A sua candidatura parece uma amálagama de várias figuras que não se identificam com a gestão de Luis Filipe Vieira mas a que quase mais nada une. Falta-lhe organização, o que não deixa antever nada de bom no caso de eleição.
Assim estamos mal, muito mal.

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