Estive para escrever no anterior post e passou-me: era importante parar com a tendência dos últimos jogos de sofrer golos, sobretudo sofrer primeiro, logo no início do jogo (Barcelona, Beira Mar, Paços de Ferreira). NÃO SE PODE SOFRER UM GOLO AOS 3 MINUTOS na Liga dos Campeões! Depois andamos a correr para remediar o mal feito, ao passo que a equipa adversária gere o jogo, sai em contra-ataques rápidos e em ataques organizados apenas pela certa.
Não pode ser. É um déjà vu do jogo de Portugal com a Rússia.
Mas infelizmente não foi esse sequer o principal pecado do jogo desta tarde. Jogo que se pode classificar como um dos piores do Benfica dos últimos anos, ao nível do que de vimos a equipa (não) fazer nos tempos de Quique Flores (já o jogo com o Beira Mar me tinha trazido estas más memórias...).
Comecemos pelo princípio - a organização táctica da equipa.
Ponto 1: antendendo ao que eu disse acerca das limitações que o meio campo do Benfica começava a patentear (há coisas que se disfarçam num ou dois jogos e que só se começam a tornar evidentes ao fim de uma sequência mais prolongada), tendo em consideração, já agora, o que aconteceu em São Petesburgo no no ano passado contra o Zénite (Javi não pôde jogar e foi Matic quem fez, sozinho, a posição de trinco tendo ficado Witsel no banco por opção), num jogo que convinha ganhar mas que importava sobretudo não perder, é para mim inexplicável que Jorge Jesus jogue com dois pontas de lança e dois extremos.
Ponto 2: Em relação ao 11, há uma perplexidade: porque insiste Jesus em Bruno César? É verdade que Bruno César gosta de jogar pelo meio e pode, em teoria, dar ali algum apoio. Mas as suas últimas exibições já tinham servido de prova da sua má forma e total inutilidade nesta fase da época. Ainda poderia entender a sua inclusão no 11 no caso de jogar atrás de um único ponta de lança, com a intenção de reforçar o meio campo com mais um elemento. Assim não.
Ponto 3: como é possível nada corrigir depois do golo inicial do Spartak ou, pelo menos, depois de empatarmos o jogo? Continuámos a cometer os mesmos erros! Como é possível nada alterar da 1ª para a 2ª parte?
Ponto 4: voltamos a sofrer golos resultantes de perdas de bola no meio campo ofensivo, com as equipas adversárias a atravessar qual passadeira todo o nosso meio-campo até marcar. Ninguém corta, ninguém faz falta. O golo de James na Luz o ano passado (que deu o 2-2 quando parecíamos ter o jogo - e o campeonato - ganhos) não serviu para JJ aprender nada.
Em Moscovo a nossa equipa andou sempre a correr atrás da bola, sempre chegando atrasada, sempre desposicionada, sem qualquer agressividade, passiva e sem pressionar o adversário.
Já falei também da má entrada da equipa nos jogos, que se repetiu.
Falta apenas um ponto: a entrada de Ola John a um minuto do fim. Isto é brincadeira? Puro desnorte?
O futebol é um jogo muito volúvel. A uma derrota se seguindo outro mau resultado, num clube da grandeza do Benfica, gera-se desde logo uma crise. Os heróis de ontem são vilões amanhã.
Eu não entrarei por esses caminhos, mas também gostava que o nosso treinador não entrasse, à primeira contrariedade, em aparente desnorte para não dizer delírio. E no fim do jogo ainda veio dizer que "merecíamos pelo menos um ponto". No máximo merecíamos o quê?
Há carências no plantel de que JJ não é culpado. Sabemos como Javi e Witsel sairam nas vésperas de fecho do mercado. Ao treinador do Benfica exige-se porém que exiba realismo e cabeça fria. Aquele que teve em Glasgow (quando a equipa foi curta mas conseguiu um ponto que se calhar é o máximo que com as presentes limitações é possível) e que não teve hoje. (No lance do primeiro golo do Spartak há apenas dois jogadores do Benfica atrás do meio campo...).
Ao contrário de Jesus, eu penso que, com um Spartak eficaz, tínhamos hoje saído de Moscovo com uma mão cheia de golos. Tal como aconteceu a Quique na Grécia há uns anos.
Felizmente o Barcelona marcou, no último minuto dos descontos, o 2-1 ao Celtic e continuamos com hipóteses de apuramento. Mas algo terá que mudar. E, como eu disse, comecem a trabalhar para em Dezembro contratar um trinco.
Um mau resultado, com 60 minutos de um Benfica muito fraco para a exigência desta prova, contudo, tudo está ainda em aberto e é após os maus resultados que mais devemos estar com a equipa, porque estar com a equipa nas horas das vitórias é demasiado fácil.
ResponderEliminarÉ verdade Jotas. Mas há problemas que têm que ser expostos para que se possam resolver. Na verdade eu escrevi aquando da vitória sobre o Beira Mar (um jogo ao nível do de ontem ou pior) e novamente antes do jogo em Moscovo sobre as carências e fragilidades demasiado evidentes que estávamos a exibir.
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