Portugal perdeu com a Rússia e o jogo fez-me lembrar muitos jogos do Benfica: uma equipa a dominar o jogo em todas as suas vertentes, a criar oportunidades, a ter muitos cantos, uma posse de bola esmagadora e ver a outra, praticamente na única vez que faz um ataque perigoso marcar e colocar-se em vantagem.
Só há uma parte do sentimento futebolístico que os portugueses não benfiquistas não partilharam conosco: é que, ao contrário dos nossos jogos, neste jogo não houve casos de arbitragem. É curioso que desta vez não se tenha ouvido o que sempre nos é dito, a saber que se fizessemos o que devíamos teríamos ganho o jogo. Não se ouviu e note-se que eu acho bem que não se tenha ouvido. A sorte faz realmente parte do jogo, ao contrário do que tantas vezes é dito pelo "futebolisticamente correcto" deste país. Tal como a arbitragem...
Voltando ao que se passou na sexta-feira, depois de marcar a Rússia fechou-se bem atrás e contando com a chuva e o mau terreno de jogo (não devia ser permitido jogar em sintéticos a este nível) aguentou-se sem sofrer golos. Numa história já tantas vezes vista em inúmeros campos de futebol, no fim, face ao balanceamento atacante de Portugal e ao desânimo que se começou a apossar da equipa, a Rússia até podia ter feito um segundo golo. Seria demasiado injusto porém. Assim foi só injusto.
Portugal perdeu o jogo teoricamente mais difícil mas naturalmente que se mantém na corrida e com todas as condições para conseguir o apuramento directo. Tem agora menos margem de manobra e nessa medida não pode de forma alguma facilitar contra a Irlanda do Norte.
Se também neste aspecto se assemelhar ao Benfica, jogando em casa contra uma equipa mais fraca tem à partida condições para golear.
Um último aspecto: não concordo com as conversas de que "temos o melhor do mundo", a servirem de capas a jornais na véspera de jogos. Não vejo o que possam adiantar e temo que possam contribuir para aumentar ainda mais a pressão sobre Ronaldo, que é obviamente excepcional mas não pode fazer tudo sozinho. Isso vê-se nas prestações da Argentina dos últimos anos. Só como equipa podemos ganhar, de nada servindo insuflar egos.
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