O Benfica voltou a ter dificuldades e a desperdiçar pontos em casa na Liga dos Campeões. Neste momento temos 4 pontos em casa e 6 fora, com o mesmo número de jogos disputados em ambas as situações (3).
Não creio que nos possamos queixar do sorteio porque falhámos nos jogos em que éramos favoritos e deveríamos ter vencido, ao passo que vencemos dois dos mais difíceis. Claro que este formato cria disparidades demasiado grandes: olhe-se para o Brest que praticamente só jogou com equipas secundárias e está na zona de qualificação direta. Mas há que aproveitar as oportunidades e isso nós não conseguimos, nem com o Feyenord nem agora com o Bolonha.
Este último jogo mostrou que há alguma fatiga na equipa e também algumas limitações que as vitórias têm ocultado. O Benfica ganha no Mónaco com uma sorte tremenda (a começar pela escandalosa não expulsão de Carreras), ganha com uma exibição pobre em Arouca e com muitas dificuldades ao Vitória de Guimarães.
O efeito de chicotada psicológica já passou, o estado de graça está a passar e os jogadores vindos do banco não vão resolver sempre, principalmente se nunca são titulares. Por outro lado, Pavlidis, apesar dos índices de trabalho (com qualidade), continua a não marcar golos e a seca de um ponta de lança reflecte-se na equipa. Di Maria que vinha sendo muito bem gerido tem agora ficado em campo praticamente até aos 90 minutos e também já dá sinais de estar mais preso, menos leve.
Este é um momento crucial na época. Sporting e Porto parecem perto do colapso, os seus treinadores estão por um fio. Este não é o momento do Benfica fraquejar!
Lage trouxe ânimo e boas decisões tácticas mas parece ele próprio agora um pouco falho de ideias. As vitórias não podem resultar sempre do apoio das bancadas, do génio de Di Maria ou de golos "milagrosos" nos últimos minutos. Elas têm de estar sustentadas num modelo atacante (e num ponta de lança concretizador). Eu entendo que Lage tenha estabelecido um 11 base e creio que fez muito bem. Mas é preciso introduzir alterações aqui e ali para não espremer demasiado a laranja. E não deixar as substituições apenas para os últimos 15 ou 20 minutos. Por exemplo Aursnes tem estado excelente, mas tem 29 anos e será impossível correr desta forma 90 minutos de 3 em 3 dias.
Repito, este é o momento de nos afirmarmos, não é o momento de fraquejar. Tudo o que se conseguiu até ao momento, desde a chegada de Lage, irá pelo cano abaixo se abrandarmos neste momento e permitirmos a recuperação dos nossos adversários. É bom que esta mensagem venha do topo e chegue a todos os jogadores. Lage por seu lado precisa de os ajudar. Não pode haver lugares cativos no 11.