segunda-feira, 16 de abril de 2018

Enorme desilusão

Custa a crer que o Benfica tenha deitado pelo cano abaixo todo o extraordinário trabalho de recuperação que fizera e que perca desta forma o campeonato em casa quando tinha tudo para o ganhar.

É verdade que somos tetra campeões e que temos dominado o futebol português nos últimos anos. Mas continua a meu ver a faltar instinto vencedor em determinados momentos chave para assumir realmente a hegemonia e vencer de forma categórica. 

Com o Porto então é uma autêntica vergonha: não conseguimos vencer praticamente um jogo. Nos últimos três anos temos um empate e duas derrotas na Luz. Mas isto admite-se?? Uma equipa que é, repito, tetra campeã não é capaz sequer de uma vitória para amostra?
Algo está a falhar e não são certamente os adeptos que hoje voltaram a encher a Luz e durante quase todo o jogo empurraram a equipa para a frente.

Outra coisa a merecer séria reflexão é a excessiva dependência de Jonas. A "culpa" não é obviamente do nosso melhor jogador e é até compreensível que se note a sua ausência. O problema é que parece que não sabemos jogar sem ele, tornando-nos numa equipa pouco acutilante e pouco esclarecida. Em Setúbal foi o que se viu (um jogo miserável ganho com sorte) e contra o Porto fizemos um remate à baliza digno desse nome durante todo o jogo.

A derrota significa o adeus ao penta praticamente certo. E só nos podemos queixar de nós próprios: com a derrota do Porto no Restelo tínhamos tudo para renovar o título: ao receber o Porto em primeiro lugar tudo estava a nosso favor.

Este Porto é aliás, neste momento, uma equipa quase banal e a prova disso foi a primeira parte que (não) fez.

O Benfica perde por culpa própria mas Rui Vitória é claramente o principal responsável. Não esteve de modo nenhum nos seus dias: a cada substituição a equipa se tornou mais insegura e inconsequente. Dos que entraram apenas Sálvio foi capaz de acrescentar mas considerando que para isso saiu o nosso jogador mais perigoso, mesmo aí ficámos a perder.
A entrada de Samaris deu evidentemente o sinal errado, algo que todos perceberam.

A confirmação de que perdemos o campeonato, principal objetivo da época, tem que levar a uma reflexão muito séria.
Eu sei que somos tetra e que não é possível ganhar todos os anos. A questão é porém mais ampla: por um lado fizemos uma triste figura nas restantes competições, com a Champions a ser calamitosa; por outro, tínhamos condições este ano muito favoráveis para conquistar o penta. Basta lembrar que o Porto está sob as restrições da UEFA relativas ao Fair Play financeiro e praticamente não contratou ninguém, ao passo que o Sporting é liderado por um louco.
A terminar deixo um facto para reflexão: este é o primeiro ano em quase uma década em que assumimos o 4-3-3 como modelo de jogo e será com toda a probabilidade o primeiro campeonato perdido nos últimos 5. Não é evidentemente uma relação de causa efeito, mas ontem por exemplo foi óbvio que Jiménez esteve demasiado só e que o adversário tinha mais poder de fogo na frente apesar do nosso maior caudal de jogo.

3 comentários:

  1. Era para ganhar. Na nossa casa, num ambiente extraordinário e com o apoio de 60 mil, não tivemos competência para mandar no jogo (todo) e para ganhá-lo. Na 1ª parte, sempre que atacámos bem, tornou-se óbvio que a vitória estava perfeitamente ao nosso alcance. Quando começámos a recuar (foram os jogadores ou foi indicação que saiu do banco?) e não atacávamos, com o jogo a decorrer tempo demais no nosso meio campo, augurei coisa ruim. E aconteceu, naquele pontapé feliz do adversário. Não se ganham jogos sem rematar à baliza (a falta que nos fez Jonas e que nos faz Mitroglou...), e neste jogo tínhamos de rematar mais do que rematámos, tínhamos de arriscar mais do que arriscámos, porque era um jogo decisivo. Não era, Rui Vitória?
    Tivemos o pássaro na mão e deixámo-lo fugir.
    O Dias foi o Dias que tem sido, desde que o visitaram na Maia. E o Martins também não viu o penálti cometido sobre o Ziv. Dois artistas escolhidos a dedo pelo lagarto que manda na arbitragem. Se eu fosse o RV teria avisado os nossos jogadores que iam lutar contra catorze e que, por tal, teriam de jogar muito, muito mais do que os outros e ser muito mais competentes do que eles. Dependíamos da nossa competência, agora estamos dependentes da incompetência dos outros. Mau negócio.
    Mas é preciso termos calma e continuar a apoiar a equipa. Ainda não acabou.
    Ao Rui Vitória e à equipa, como a todos os treinadores de todas as equipas do Glorioso, recomendaria verem e ouvirem a entrevista dada pela grande Vanessa Fernandes à BTV, há cerca de um mês. Vejam e ouçam com muita atenção. Várias vezes, se for necessário. Cá por coisas.

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  2. Mas isto ainda não terminou diz o sócio?das 10.46. Caro benfiquista,desculpe a expressão" O Sr acredita nos glutões"
    Temos que nos contentar com o 3ºlugar e se não reforçar-mos a equipa,vamos dar barraca na Liga Europa.

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    1. O campeonato está entregue mas o segundo lugar - muito importante - tem que ser mantido. Não o conseguir seria desastroso.

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