segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

A importância da condição física (e mental)

 Uma coisa que tem faltado ao Benfica esta época é frescura. Isso reflete-se em duas coisas: incapacidade de pressionar (o que muitas vezes leva a equipa a "partir-se") e falta de alegria.

A pressão é muito importante para o futebol de Schmidt, ela tira o oxigénio ao adversário. Sem ela permitimos aos nossos oponentes pensar mais o jogo e marcar os seus ritmos.

Contra o Vizela o Benfica pressionou mais e teve o jogo mais tranquilo da época, marcando 6 golos e dominando totalmente. E isto mesmo tendo abrandado muito na segunda parte.

Isto aconteceu por duas razões: (1) jogaram jogadores mais frescos que, além disso, (2) são mais eficazes a pressionar. Di Maria e Arthur Cabral têm pouca capacidade de pressão. Um pela idade, o outro pela morfologia, chegam normalmente tarde ao portador da bola. A pressão eficaz é aquela que impede o adversário de sair a jogar e força o seu erro. Aquela que "cai em cima" do adversário e o abafa. Para resultar toda a equipa tem de participar nela. Com dois jogadores da frente a não participarem ou participarem mal, só desgasta a equipa, porque faz correr atrás da bola, sem ganhos, dando até confiança ao adversário.

Não me interpretem mal: não estou a dizer que os referidos jogadores são os únicos culpados (a falta de frescura física - deles e de outros - é algo que cabe ao treinador identificar e remediar) ou que não devam ser titulares. Agora que o este factor deve ser pesado na altura de escalar o 11, sem dúvida. 

Nesse sentido, a rotação promovida por Schmidt foi uma excelente decisão. Mas atenção, foi um risco considerável: se as coisas não tivessem corrido bem, todos estariam hoje a criticar (e muitos a insultar) o treinador.

E a verdade é que nos primeiros minutos a equipa parecia desorganizada e não conseguiu fazer qualquer remate à baliza. Mas com a primeira perda de bola do Vizela em zona perigosa, o Benfica começou a ganhar confiança e a crescer, tendo em meia hora desmantelado por completo um Vizela muito limitado.

Neres, Tengstedt e Tiago Gouveia estiveram bastante activos. Sobre Neres, nenhuma surpresa: como já aqui escrevi várias vezes, é dos melhores jogadores do Benfica e do futebol português. Mesmo assim surpreendeu pelo rendimento que apresentou depois de lesão tão prolongada. Tengstedt, não sendo um predestinado, é um jogador bastante trabalhador e de equipa - e convém não esquecer que foi o autor do 2-1 frente ao Sporting. Gouveia marcou e esteve sempre disponível para a pressão, mostrando a tal frescura física que tem faltado noutros jogos.

Entrámos na fase decisiva da época. O "aparecimento" destes jogadores é muito importante para a enfrentar. 

3 comentários:

  1. E verdade Frank as coisas correram bem se tivesse corrido como por exemplo como correu com o Casa Pia e Farense estavamos aqui a descarregar sobre o Scmidt a toda a força, gostei mais do Benfica sem Di Maria e mais pressionante ataca mais a bola enfim muito melhor, com o Di maria voltou ao mesmo do di Maria so que saca um coelho da cartola de vez em quando e resolve um jogo.
    O Schmidt e que sabe gostei da tua analize como sempre.

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    1. Obrigado Francisco.
      Eu gosto muito do Di Maria, que é uma lenda do futebol e já resolveu jogos bastante importantes esta época. Mas ele deve ser gerido. Aliás, com excepção deste jogo, não sei se alguma vez ele ficou no banco. Tendo Schmidt dito que era bom ter jogadores de classe no banco (e tem razão), como seria ter o Di Maria a entrar numa fase já adiantada de um jogo ou jogos, com a equipa adversária cansada?
      Saudações benfiquistas

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  2. apenas resumir a falta de pressão a di maria e ao arthur é muito, mas mesmo muito redutor.

    joão mario pressiona pouco e muitas vezes mal, ainda mais esta época em má forma, kokçu pressiona mas pressiona mal.
    mesmo o neres tem jogos, como tinha o ano passado, uns pressiona outros que não, neste pressionou e bem, e ten outros em que nem defende como no jogo anterior.

    mesmo na lateral direita o bah pressiona mas o aursnes não sabe pressionar quando joga na lateral tem medo de ficar reposicionado e não conseguir recuperar.

    o que fez a diferença foi a frescura e a disponibilidade dos jogadores tantas mudanças é sempre um risco.
    eu continuo a achar que é preferível uma ou duas mudanças em todos os jogos do que depois jogarem sempre os mesmo e depois quando já não aguentam mais fazer mini revoluções como desta vez.

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