O Benfica ganhou ao cair do pano quando já quase ninguém esperava. A vitória permite manter o primeiro lugar e alimenta um pouco a moral.
Dito isto, há sinais bastante preocupantes.
O primeiro é que o Benfica tem grande dificuldade em desmontar equipas que jogam recuadas, com defesas muito fechadas. Em geral é no contra golpe, com mais espaço, que conseguimos marcar golos. As vitórias mais importantes foram nesse registo: em Guimarães e contra o Barcelona. Já quando enfrentamos equipas muito fechadas temos uma enorme dificuldade em criar oportunidades e, claro, mais ainda em marcar golos. O problema é que o Benfica enfrenta, na maior parte dos jogos, adversários que se fecham muito.
Para além do lado táctico, há coisas que preocupam desde a vitória com o Barcelona. Não sei se esse jogo subiu à cabeça de alguém mas parece. É que desde então temos:
uma derrota em casa com o Portimonense,
uma vitória no prolongamento, pela margem mínima, contra uma equipa da 2ª divisão,
uma derrota por goleada frente ao Bayern,
a vitória de ontem, nos descontos.
Ou seja, em três jogos fáceis perdemos um, empatámos um (se contarmos apenas os 90 minutos) e vencemos outro (in extremis), ao passo que no jogo difícil que tínhamos fomos goleados.
Mas mais do que apenas os resultados, as exibições foram paupérrimas. É verdade que contra o Bayern até aos 70 minutos estávamos a jogar bem, com atitude, e poderíamos até estar a ganhar (seria injusto, mas possível). Simplesmente o jogo não são 70 minutos e desde que sofremos o primeiro a equipa desmantelou-se como um castelo de cartas. Não deveria acontecer. Especialmente sofrer 4 golos com três centrais da categoria dos nossos. Mas claro que o Bayern é um caso à parte no futebol mundial, pelo que damos essa goleada de barato.
Agora nos outros jogos não há desculpas: as exibições foram tão más como os resultados. Lentidão de processos, previsibilidade, atitude insuficiente, incapacidade para desmontar os adversários, foram algumas das características dessas exibições. Será isto estranho ao facto de Jorge Jesus ter decidido, a partir do jogo com o Barcelona, que deixava de haver rotação e que passavam a jogar sempre os mesmos? Sinceramente parece-me que a relação é óbvia: os jogadores passaram a estar mais cansados e o rendimento desceu consideravalmente.
Esperemos que esta seja apenas uma fase. Que o treinador corrija os seus erros e que a equipa volte a um registo mais positivo. Esperemos que sim, mas infelizmente os sinais neste momento são os opostos. Ao passo que vemos outras equipas progredir e começar a carburar à medida que a época avança, no nosso caso vemos um pouco o contrário.
É o momento de todos reflectirem ou arriscamos uma outra época de desilusão e derrotas à semelhança da anterior. Os sinais já foram dados.
desde que deixou de existir rotatividade as coisas tem vindo de mal a pior.
ResponderEliminarmas o factor mais importante é a incapacidade de produzir oportunidades sempre foi assim desde o inicio da época, agora agravado com a falta de eficácia, contra equipas que recuam muito e se fecham muito.
e isso tem a ver com as características dos nossos avançados que é a velocidade e o ataque à profundidade e depois quando não esta a funcionar, ou porque os jogadores estão em dia não ou porque o adversário não permite o ataque à profundidade, ainda abusamos mais e não temos pano b.
o pior é que no banco se, ser pizzi e everton não temos mais ninguém para outro tipo de jogo e não temos um único ponta de lança que não seja de ataque à profundidade.
o pior disto tudo é que simples adeptos como nós já vimos isto há muito, o treinadores adversários ainda viram mais, o único que parece que não vê nada é mesmo o bazofias.
A rotatividade dos jogadores tem que regressar, não rotatividade do tipo trocar cinco titulares num jogo da Liga como foi contra o Boavista, mas também não é fazer apenas uma troca na equipa titular por lesão. O plantel do Benfica tem profundidade suficiente e os jogadores apesar de sobrevalorizados têm uma qualidade superior ao de grande parte dos jogadores adversários. Julgo que apesar do evidente cansaço (até psicológico) de alguns jogadores, o que está a acontecer é muito a falta de ideias de Jorge Jesus.
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