O Benfica reagiu bem à derrota com o Feyenord e venceu os três jogos seguintes. Tinha obviamente obrigação disso, mas após uma derrota dura que quebrara uma dinâmica de vitórias, havia dúvidas quanto à forma como a equipa reagiria. Reagiu bem e isso deve ser valorizado. Obviamente que não vamos ganhar todos os jogos daqui até ao final da época, pelo que a consistência e a capacidade de reagir a momentos difíceis ou negativos serão de enorme importância. Isso viu-se quer em Bruno Lage quer nos jogadores.
Destaque nestes jogos mais uma vez para Akturkoglu, que aos muitos golos que tem marcado juntou no jogo com o Farense um bis de assistências (e aqui estamos a falar de "verdadeiras assistências e não do mero facto de ter sido o último jogador a tocar na bola antes do autor do golo), Carreras, cuja evolução tem sido assombrosa e Pavlidis que após uma passagem pelo banco na Taça da Liga voltou aos golos. O grego tem trabalhado bem mas faltavam os golos. Esperemos que seja para continuar. O que ainda me preocupa é a técnica de remate (não pode ser uma questão de força, porque o grego tem capacidade atlética): os seus remates são constantemente fracos e rasteiros. Compare-se por exemplo com os avançados do Porto e do Sporting... É um aspecto a rever.
Falando agora do menos positivo, daquilo em que precisamos de melhorar. Antes de mais a segurança defensiva: estamos constantemente a sofrer golos e a entrar nos jogos a perder. Isto não pode ser. Otamendi tem cometido vários erros, por vezes parecendo intranquilo. Não sei identificar o problema porque Florentino e Aurnes dão uma boa cobertura defensiva e, pelo menos em teoria, um meio campo a três deveria dar mais equilíbrio e consistência à equipa. Lage certamente também já tentou corrigir a situação, mas ainda não conseguiu. Terá de trabalhar mais e identificar o problema e pelo menos minimizar os seus efeitos negativos. No ataque há dinâmicas interessantes e o nosso corredor direito consegue carrilar muito jogo, mas por vezes Pavlidis está um pouco sozinho na zona de finalização. No jogo com o Farense apesar de um amplo domínio acabámos a sofrer e concedemos oportunidades ao adversário. Faltou controlo nessa altura, apesar de Lage ter feito várias alterações que visavam isso mesmo. Também o vi tenso e preocupado, o que não é o melhor sinal para dentro de campo. Lage tem acertado muito mais do que tem errado e precisa de ter confiança no (bom) trabalho que tem feito.
Chegamos assim ao último ponto deste artigo: as perspectivas para os próximos jogos e para o resto da época. E neste ponto, sobretudo o remanescente da época há um factor novo e absolutamente transformador: a saída de Rúben Amorim do Sporting. Não nos iludamos: o Sporting de Amorim é uma equipa dominadora como há muito não se via em Portugal e provavelmente não daria qualquer hipótese a Benfica e Porto. Mas as coisas agora vão mudar.
Não quer isto dizer que o Sporting vá começar a perder jogos atrás de jogos e que se vá desmantelar todo de um momento para o outro. A dinâmica de vitórias e o impulso que vem de trás deverão manter-se no futuro imediato, tanto mais que quem assumir o lugar não irá mexer muito. Mas há nuances, há detalhes, há personalidades que são diferentes. Quando as coisas correrem mal surgirão dúvidas, haverá alguma instabilidade. E isso abre uma janela de oportunidade para o Benfica (e para o Porto).
Assim e em conclusão, os próximos jogos são muito importantes, mas, sendo realistas, o mais importante é contra o Porto. O Bayern é um colosso que tritura adversários, especialmente em casa. Se o Benfica repetir os erros que têm sido constantes no último terço do terreno, o Bayern castigará a nossa equipa com golos. Mesmo se não errarmos ou errarmos pouco, as nossas hipóteses são bastante reduzidas. Aquilo que eu desejo é que o Benfica faça um jogo competente e consciente das suas limitações e que possa ser competitivo. Em última análise e sendo frio, que não seja goleado. Uma nota: este não é um jogo para Di Maria entrar de início, mas sim Beste.
O jogo verdadeiramente importante e "do nosso campeonato" é o jogo com o Porto. Esse sim, temos de ganhar. É um adversário directo. Em casa temos de vencer, até para marcar já posição. E depois disso voltar a ganhar, consistentemente, semana após semana, para ainda termos hipóteses de ser campeões esta época. Com a saída de Amorim abriu-se uma janela de oportunidade. Temos de a aproveitar, a começar já no jogo com o Porto.
P. S. Uma coisa que me esqueci de mencionar no texto, foi os passes falhados no jogo com o Farense. Na primeira parte o número de bolas perdidas por passes falhados, erros não forçados, foi impressionante. Kokçu então parecia que acertava sempre no "boneco", o jogador adversário que estava mesmo à sua frente. Isto não pode acontecer. Na segunda parte melhorámos um pouco mas no final do jogo voltámos ao mesmo. Bruno Lage tem de olhar para este aspecto.
Frank tambem ja tinha reparado que os remates do Pavlidis sao sempre rasteiros e fracos,normalmente muito fracos,ele nao e propriamente um jogador minorca porque razao nao remata com força vejo jogadores com menos fisico rematarem fortissimo isto um caso a rever pela equipa tecnica.
ResponderEliminarQuanto ao jogo com o Bayern estou com receio porque esta equipa Bavara tritura realmente os seus adversarios no seu reduto temo muito este encontro.
Otamendi nao esta bem mas tem estatuto titular e campeao do mundo e tal e qual como Di Maria, Lage nao tem coragem de os encostar quando atravessam momentos menos bons de forma.
Vem ai jogos muito importantes e o nosso clube nos ultimos dois jogos nao jogou bem a nossa confiança ficou um pouco abalada.
Quanto a saida de Amorim tem la o Joao Pereira na linha do Amorim a coisa nao deve mudar muito, os craques continuam la mas perdendo um jogo a coisa pode complicar-se porque Amorim e Amorim recupera os jogadores psicologicamente bem coisa que o Joao nao o vai fazer, e que curriculo tem este Joao para pegar de estaca numa equipa como a do sporting ele ainda nao treinou ninguem na liga1.
Do João Pereira lembro-me sobretudo do festejo no final do Benfica Sporting de 2005 na cara de um jogador do Sporting. Não foi bonito e como benfiquista não gostei. Dizem que agora mudou, mas vamos ver.
EliminarRodrigo Tello, é o nome do então jogador do Sporting
Eliminarresumir os golos sofridos apenas ao otamendi é errado, até porque nem sequer corresponde à realidade, por exemplo o primeiro que sofremos contra os holandeses a culpa foi do tomas.
ResponderEliminaro problema é que a equipa defende mal como um todo e depois fica muitas vezes desequilibrada o que por sua vez coloca em evidencia as lacunas dos defesas.
o erros de impetuosidade e de falta de pernas do otamendi, a falta de agressividade e mau posicionamento do tomas os erros do bah ou um guarda redes que não faz a diferença.
na minha opinião foi positivo reforçar o meio campo com mais um elemento mas isso não resolve por si só a questão se depois os jogadores que lá atuam não tiverem agressividade e jogarem de modo passivo como aconteceu com os holandeses e como aconteceu em alguns momentos neste jogo, principalmente no lance que originou o golo deles.
Não estou de modo algum a culpar o Otamendi por tudo. Referi a má forma dele como um factor que não ajuda, mas digo claramente que não consigo identificar a causa principal desta insegurança defensiva ou desta quantidade de golos sofridos, nomeadamente logo no início dos jogos.
Eliminara má forma dele é facilmente explicável não teve ferias, ninguém é de ferro, depois jogar os jogos todos não ajuda nada alias só agrava o problema.
Eliminardepois ficam mais evidentes os erros que comete.
sofrer golos no inicio tem duas razões que por norma estão interligadas as duas, falta de concentração dos jogadores e má preparação para o adversário e para a forma como ele vai começar a jogar e ambas são da responsabilidade do treinador, principalmente quando ambas se repetem varias vezes.
e a falta de concentração é de todos os jogadores só que depois ficam mais evidentes é na defesa porque qualquer erros destes é imediatamente penalizador para a equipa.