quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A esperança para a próxima época

Já tenho neste espaço dito que a coisa mais engraçada das previsões é que muitas das vezes elas saem completamente furadas.

Olhando para as pré-épocas do Benfica e do Porto até à passada semana, poderíamos apontar para um passeio do Porto no campeonato. O Benfica, fragilizado pelo final de época passada, pela contestação a Jorge Jesus (e a Vieira), pelas muitas dúvidas referentes à forma como estão a ser geridas as contratações e vendas, a instabilidade do plantel (possíveis saídas de Sálvio e Matic, peças centrais da nossa dinâmica de jogo), o não mostrar muito nos jogos de preparação, antes pelo contrário; todos estes factores geraram alguma insegurança e descrença de muitos benfiquistas em relação à próxima época.

Já o Porto parecia uma máquina imparável, ao vencer com facilidade os jogos na América do Sul e mostrar a habitual solidez, com as contratações e regressos a parecem apostas seguras e mantendo (apesar da saída de Moutinho) bastante consistência.

Claro que a pré-época não conta para a pontuação no campeonato ou o percurso ao longo da época nas outras competições mas os sinais evidenciados eram no sentido que acabei de referir.

No entanto os últimos jogos deixaram a meu ver alguns sinais positivos para as aspirações do nosso clube.

No tocante ao nosso principal adversário, aquilo que o jogo com o Celta de Vigo mostrou é que as alterações tácticas pretendidas por Paulo Fonseca estão longe de garantir que o Porto venha a ser mais (ou sequer tão) forte do que o ano passado.

É preciso ver que Vitor Pereira, que muitos benfiquistas não se cansam de dizer que é uma nulidade, soube, goste-se ou não, manter uma grande consistência na equipa e sobreviver às perdas de Falcão e Hulk. Com certeza que com muitos favores arbitrais, isso não está em causa. Mas ainda assim, a realidade é que em dois jogos com o Benfica na época passada, sem casos de arbitragem dignos de registo, não perdeu nenhum. Como aliás não perdeu nenhum na época anterior (para o campeonato), tendo vencido um deles com um golo em claro fora de jogo. Sem esse golo é porém de admitir que o resultado fosse um empate, o que ainda assim lhe permitiria manter a invencibilidade nestes duelos tão importantes para a decisão do campeonato.

Para mim Vitor Pereira não é portanto o incompetente que tantas vezes se retrata. Pelo contrário, na minha perspectiva, foi um treinador realista que conseguiu obter um rendimento muito aceitável de uma equipa que em dois anos consecutivos perdeu a sua "principal referência atacante" como agora se gosta de dizer.

Pereira manteve um modelo que já se encontra bastante enraizado no Porto e que é talvez o modelo mais consistente (embora também mais "conservador", menos ousado e de alguma forma previsível) do futebol. O meio campo de 3 com Fernando Moutinho e Lucho entendeu-se sempre muito bem e fez jogar o resto da equipa. Com poucas soluções alternativas, chegou para a concorrência.

Ora é neste modelo tão implementado no Porto que Paulo Fonseca vem mexer. Sabe-se que o actual treinador do Porto é um admirador de Jorge Jesus e que gosta de dar uma dinâmica ofensiva às suas equipas.

No jogo contra o Celta viu-se (esta é a minha análise), um Porto a tentar conciliar o inconciliável: um modelo conservador de 4-3-3 com um modelo ousado e atacante que implica dois avançados. O resultado disto é o desmontar do triângulo (os 3) do meio campo, pois Lucho acaba por jogar no apoio ao ponta de lança demasiado longe dos outros dois jogadores. Para o compensar (e manter a consistência defensiva que é a marca do Porto desde há muitos anos), Fonseca coloca os dois médios que sobram no meio numa posição muito recuada; dois trincos para simplificar. Estes dois jogam lado a lado, o que nem sequer me parece o mais adequado às características de Fernando.

Em suma, Fonseca, ao querer implementar as suas ideias de jogo poderá contribuir para fragilizar o que por regra é o grande trunfo portistas: a sua solidez defensiva, alicerçada num meio campo que é muito dominador. Poderemos ter no Porto (oxalá assim seja) o pior de dois mundos - fragilidades defensivas resultantes da aplicação de um modelo sem escola no Porto e a habitual pouca produção ofensiva da equipa.

A saída de Jackson seria neste contexto pouco menos do que catastrófica para o Porto. Se Moutinho e James ainda poderão ser substituíveis (veremos, o futuro o dirá) já a saída de Jackson, o homem que resolveu quase todos os jogos do Porto, teria como consequência inevitável uma queda da qualidade ofensiva da equipa. Disso não tenho dúvidas.

Já quanto ao Benfica, as coisas mantêm-se, grosso modo, como no ano passado. Há mais soluções, há mais banco e existem novas opções que a versatilidade de Markovic, Djuricic e Sulejmani permitem. Há também - e esta é a grande esperança que nasce com o jogo de ontem - um novo espaço para Rodrigo se afirmar e voltar a mostrar as qualidades que evidenciou antes da sua lesão. Na esquerda mantêm-se as dúvidas (Cortez continua a ser uma incógnita), ao passo que a permanência de Matic cada vez mais me parece uma condição necessária para termos esperança numa época de sucesso. Pelo que vi ontem, talvez a saída de Cardozo possa ser colmatada com as novas nuances tácticas que os sérvios permitem - TALVEZ - mas para que a consistência continue a existir, Matic, o cimento desta equipa tem que ficar. Caso contrário voltaremos quase à estaca zero e mesmo as eventuais fragilidades que o Porto possa exibir não serão aproveitadas. 


1 comentário:

  1. os porcos so jogam com ekipas fracas e compram os resultados pr parecer ke estao mt fortes ,reparem ke nunca jogam, com grandes ekipas!!

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