Têm, claro está, carreiras completamente diferentes mas neste momento Mourinho e Rui Vitória estão numa situação que apresenta semelhanças: as suas equipas jogam pouco e mal e não se vislumbra que nenhum deles tenha capacidade de dar a volta à situação.
O caso de Mourinho é pior: o Manchester está arredado do título antes do Natal e mesmo a qualificação para a Champions parece neste momento uma miragem. O Manchester joga um futebol deprimente, sem qualquer ideia de jogo, sem capacidade de ter a bola e construir jogadas com sentido, sem golos, sem chama, sem sequer criar oportunidades de perigo. Mourinho não tem qualquer plano e culpa os jogadores, quando muitos deles foi ele quem contratou e por somas bem avultadas: Bailly, Lindelof, Dalot, Matic, Pogba, Fred, Lukaku ou Alexis Sánchez.
Primeiro ponto: com o plantel que tem, onde além dos referidos se incluem nomes como Rashford, Martial, Lindegard ou Mata, Mourinho tinha obrigação de fazer muito, mas mesmo muito melhor. Mourinho está a fazer um campeonato ao nível do que Nuno Espírito Santo ou Marco Silva, com plantéis muito menos valiosos têm conseguido (e Marco Silva até está um pouco abaixo das expectativas). Está a 8 pontos do Arsenal e 13 dos Spurs. A uns impensáveis 19 do Liverpool!
Ponto dois: Se o plantel do United não está ao nível dos outros grandes de Inglaterra, nomeadamente do City e do Liverpool, a culpa é de Mourinho. Quem achou por bem gastar 100 milhões na contrataçãode Pogba? Quem deu 42 milhões por Mkhitarya para depois o trocar por Sánches que nem convocado é?
Mourinho conseguia transformar jogadores banais em "animais" de competição mas neste momento transforma jogadores talentosos em jogadores banais. Incompatibiliza-se com todos e não assume a responsabilidade por nada. Claramente devia ter a hombridade de se demitir e prescindir da indeminização, mas sabemos que o que se passa é o contrário: não sai apenas porque quer receber a indeminização apesar de já ter percebido que não consegue dar a volta à situação. Mourinho e as suas tácticas ultra defensivas e limitadoras da individualidade e criatividade dos jogadores estão completamente ultrapassadas e já nem resultados garantem.
Pelo contrário, Mourinho arrasta o United num calvário competitivo e exibicional que o deveria levar, em nome da sua dignidade, a demitir-se. É lamentável que não o faça e que dilapide completamente o prestígio que construiu ao longo da sua carreira. Mais estranho ainda é que a débacle tenha começado imediatamente a seguir à renovação do seu contrato.
Rui Vitória não está na mesma situação. Não tem - que se saiba, ou pelo menos publicamente - os jogadores contra si e não os acusa de serem os culpados quando as coisas não correm bem. Nesse aspecto, do ponto de vista dos valores, Vitória está muito longe, muito acima de Mourinho. Em termos de resultados as coisas estão um pouco, não muito, apenas um pouco, melhores para Vitória do que para Mourinho. Vitória está teoricamente ainda dentro da luta pelo título. No entanto foi eliminado da Champions mais uma vez sem honra nem glória. Foi mais uma Champions para esquecer. Nesse aspecto Mourinho ainda mantém a ilusão de que pode fazer alguma coisa na Champions.
Mas onde as semelhanças são óbvias é no futebol pobre, sem imaginação nem rasgo das duas equipas.
Infelizmente tenho que constatar que desde que Vitória começou verdadeiramente a aplicar as suas ideias ao Benfica, nomeadamente o triste 4-3-3, deixámos de ganhar fosse o que fosse e praticar um futebol minimamente atractivo. Digo infelizmente porque sou assim obrigado a concluir que de facto as ideias que foram vencedoras nas duas primeiras épocas vinham de trás.
Desde que chegou ao Benfica, Vitória teve ideias de jogo boas e originais. O problema é que as boas não eram originais e as originais não são boas. As boas vinham dos anos anteriores e as originais não prestam porque esta equipa joga pouco ou quase nada.
Este 4-3-3 continua a não convencer: nem há controlo de jogo, nem posse de bola, nem velocidade, nem oportunidades de golo. Vivemos de rasgos de jogadores excepcionais como Grimaldo, Rafa ou Jonas. Os jogos são penosos de ver.
Têm-se salvado os últimos resultados mas as exibições não auguram nada de bom.
Rui Vitória tem matéria prima para fazer muito melhor, mas infelizmente já poucos acreditam que o consiga.
Este 4-3-3 continua a não convencer: nem há controlo de jogo, nem posse de bola, nem velocidade, nem oportunidades de golo. Vivemos de rasgos de jogadores excepcionais como Grimaldo, Rafa ou Jonas. Os jogos são penosos de ver.
Têm-se salvado os últimos resultados mas as exibições não auguram nada de bom.
Rui Vitória tem matéria prima para fazer muito melhor, mas infelizmente já poucos acreditam que o consiga.
só que os problemas do rui não tem nada a ver com o 433 nem com a mudança de táctica.
ResponderEliminaressa visão é muito redutora e errada.
já na primeira época o 442 não estava a funcionar, jogávamos igual ou pouco melhor, e só passou a funcionar quando entrou o renato porque até ai não existia um 8 que é a peça chave do 442.
o ano passado começamos em 442 e os resultados foram os mesmo ou piores que este ano e as exibições iguais ou piores e foi só com a mudança de táctica para o 433 que se verificaram melhorias quer num quer no outro.
não adianta jogar em 442, como se fosse uma táctica milagreira, se o treinador não souber trabalhar com ela, e o rui não sabe.
alem de que o 433 não é triste existem muitos exemplos disso mas é preciso saber quem saiba.
o problema do rui é um problema de estratégia e concepção do jogo e não de táctica.
Nas suas primeiras duas épocas o Rui Vitória foi campeão a jogar em 4-4-2. Isso é um facto. Na terceira época mudou para 4-3-3 e não ganhámos nada. Isso é também factual.
EliminarO 4-4-2 não é uma táctica milagreira, em nenhum momento digo isso. Alguns é que diziam que nenhuma equipa já hoje jogava em 4-4-2 e que o problema do Benfica era só ter dois jogadores no meio. Portanto os defensores do 4-3-3 é que achavam que mudar a tactica ia resolver tudo.
Finalmente, eu não digo que o 4-3-3 seja em si mesmo triste. Eu digo que este 4-3-3 é triste e não tem as virtudes que normalmente se associam ao sistema.
Mas este post não é uma discussão 4-4-2 vs 4-3-3 mas sim sobre as ideias de jogo (ou falta delas) deste Benfica de Rui Vitória.
factos são factos mas não são dogmas.
Eliminarcontinuo a dizer que temos jogos em que o 433 é melhor e outros em que o 442 se adequa mais mas o rui não tem essa capacidade de ir alterando, embora neste caso não seja só um defeito dele.
mas se reparares as contratações feita para o miolo do meio campo desde que o rui chegou foram sempre de jogadores a pensar, e com características para isso, para o 433 e não para o 442 mesmo na duas épocas em que jogamos em 442.
por isso é natural que quem olhe para a composição do plantel e para as características dos jogadores e ache que o 433 seja a melhor táctica para tirar partido das características dos jogadores.
depois coisa diferente é que essa táctica é bem ou mal interpretada.
Entretanto o Mourinho já foi despedido.
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