O Benfica voltou a dar-se mal com a ideia de "gerir".
Depois do empate do Porto, a vitória não era imprescindível para manter a liderança, o que terá porventura influenciado a forma como entrámos em campo em Braga.
Seja ou não esse o caso, a verdade é que a primeira parte do Benfica não foi boa. Demasiado expectante, sem iniciativa, com pouca capacidade de construir a partir da defesa, a perder quase sempre os duelos no meio campo e sem capacidade de atacar a baliza adversária. Assim sendo, colocámo-nos a jeito para o que viria a acontecer: um golo do Braga num penalty indiscutível de Rúben Dias, depois do jogador do Braga ter passado por vários dos nossos jogadores ainda antes de entrar na área. Era um "castigo" duro para o Benfica, pois não tinha havido grandes oportunidades no jogo, mas previsível face ao que (não) estávamos a fazer. Ainda esboçámos uma reacção mas inconsequente.
A primeira parte estava esgotada e temi o pior, atendendo a que o Braga gosta de jogar em transições rápidas para o ataque, podendo-nos criar problemas face ao nosso necessário balanceamento ofensivo.
No entanto o Benfica entrou muito forte, muito determinado na segunda parte e rapidamente criou várias situações, uma delas com uma bola ao poste de João Félix que pouco depois viria a conquistar o penalty que deu início à reviravolta.
Sobre este lance, é daqueles que em jogo corrido parece falta clara e em câmera lenta deixa muitas dúvidas. Félix coloca-se em posição de proteger a bola e o defesa do Braga entra em carrinho tocando-lhe no pé. O contacto é indiscutível - o jogador do Braga nem protesta. Por isso parece-me penalty, embora perceba que alguns contestem a intensidade e a reacção de Félix.
Faltava porém marcar o penalty, colocar a bola dentro da baliza. Nesse momento Pizzi demonstrou grande frieza e compustura.
Alcançado o empate, colocava-se a questão de como abordaríamos o restante jogo, mas felizmente não voltámos à "gestão". Pelo contrário, até ao 1-3 não abrandámos.
O segundo golo surgiu de novo penalty, desta vez por mão na bola. Na minha opinião o remate é muito perto do jogador mas também é verdade que a bola ia para a baliza e o jogador abre o braço.
Mais uma vez Pizzi teve enorme frieza - e classe - e concretizou em golo o penalty que ele próprio criara. Jogão do bragantino que ainda foi a tempo de colocar a bola no coração da área num canto para Rúben Dias entrar de rompante e marcar o terceiro, fazendo porventura as pazes com alguns adeptos mais críticos.
Depois houve gestão - aí sim, justificava-se fazê-la, de forma inteligente - com a equipa a encostar atrás e a sair para o ataque com enorme velocidade e acutilância. Foi assim com naturalidade que fizemos mais um golo, desta vez num slalom genial de Rafa após um falhanço escandaloso (apesar do guarda redes ter mérito na defesa) de Seferovic.
Esta já está. Uma vitória importantíssima num jogo que chegou a estra muito complicado. Há que rever aquela primeira parte. A segunda foi porém de uma classe e autoridade incríveis. Custa a crer como aqueles meninos jogam com tanta matutidade.
Venha agora o Portimonense. Estamos hoje bem mais perto do título do que há uma semana, mas claro que temos que continuar a pensar passo a passo e sempre com concentração máxima e sem euforias.
pelos vistos o lage ainda não percebeu que não temos nem equipa nem jogadores para segurar resultados.
ResponderEliminarmas o seferovic não pode falhar oportunidades daquela até porque já é a terceira ou quarta seguida que fala.
e o pior é que nem sequer se pode falar em mérito dos guarda redes é que em todas elas ele rematou sempre para o mesmo sitio, alias basta um guarda redes inteligente para adivinhar onde ele ia colocar a bola.
Atenção, vi o Rui Santos dizer no seu programa que os dois lances de penáltis a favor do Benfica eram de dúvida mas a decisão do árbitro tinha sido acertada. Temos de ser justos. Pela minha parte, não gosto que o Benfica ganhe assim, mas sinceramente já deixei um bocado de acreditar no nosso futebol.
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