segunda-feira, 19 de abril de 2021

Acabou - 100 milhões dão em nada

 Depois de uma goleada ao Paços, talvez na melhor exibição da época, depois de dois empates consecutivos do Sporting que nos aproximaram do primeiro lugar, chegou o completo balde de água fria com uma derrota em casa com o Gil Vicente.

O fim de semana futebolístico já tinha começado mal.

Em Faro, Hugo Miguel e o VAR fingiram não ver dois penalties contra o Sporting. Penalties claros, em que o avançado é claramente derrubado e não há qualquer questão de jogar a bola, pois em ambos os lances o defesa estava muito longe dela. No entanto, neste nosso campeonato de brincadeira este escândalo não apenas passa incólume como ainda temos comentadeiros e "especialistas" de arbitragem a branquear os lances e "explicarem-nos" que afinal aquilo que estamos a ver não é o que aconteceu: os jogadores do Farense foram realmente derrubados, mas a culpa foi deles. Eles é que "provocaram o contacto", "puseram-se à frente dos defesas". 

Enfim, o nojo habitual do charco da comunicação social portuguesa, com muito poucas excepções.

Esse jogo foi claramente um mau prenúncio.

Mas o Benfica tinha obrigação de fazer muito, muito mais. Sinceramente até tenho dificuldade em escrever porque acho que há tanta coisa que está mal que é difícil dizer por onde começar. Acima de tudo acho difícil consertar este plantel.

Claro que a actual situação de estádios vazios, desolados, não ajuda. Este campeonato é, não digo uma farsa, mas é um "campeonatozinho". Não estou a tirar mérito por o Benfica não ir ganhar. A verdade é que um futebol sem público não é o desporto e a competição a que estamos habituados e na qual a capacidade de render sobre alta pressão é um factor decisivo. Este campeonato sem público é quase como uma prova amadora. Aliás mesmo em jogos amadores há mais público do que nestes. Até é deprimente ver os estádios vazios.

Mas deixando esse aspecto de lado, a verdade é que contra o Gil foram expostas as fragilidades e defeitos que têm assolado esta época do Benfica: um meio campo que tem muita dificuldade em pegar no jogo, um ataque ineficaz, uma grande incapacidade de lidar com a adversidade.

Antes do jogo, estava a pesar que esta equipa do Benfica é inferior aos seus rivais quando se trata de recuperar e dar a volta a resultados. Infelizmente o jogo provou-o. 

Quando as coisas correm bem, o talento e a qualidade dos jogadores vem ao de cima. Quando correm mal, são poucos os líderes em campo com capacidade de mudar as coisas, de dar a volta à situação.

Taarabt a fazer o ramadão talvez não estivesse nas melhores condições, mas Pizzi foi um desastre ainda maior. Passes errados, bolas perdidas quando precisávamos desesperadamente de conservar a bola e atacar o adversário... Não se percebe o que se passa com Pizzi. Mas esta equipa é uma manta de retalhos onde falta coesão e há pouca identidade. Até jogadores deprimidos e a ir a psicólogos temos...

Agora acabou tudo. O 1º lugar está fora de questão e mesmo o 2º ficou muito difícil. A jogar assim arriscamo-nos mesmo a perder em casa com o Porto e até com o Sporting. Se isso acontecer será uma humilhação que terá que ter consequências. 

2 comentários:

  1. Quem joga como jogaram na primeira parte não quer (nem merece) ganhar - foi o que me ocorreu enquanto via aquela miséria franciscana de jogo com que a nossa espécie de equipa nos estava a presentear. Nem um momento de pressão do adversário na saída do mesmo, nem um. Um jogo a passo, para o lado e para trás, em que se viciaram como dependentes de droga. Incapazes de penetrar pelo meio (mais que povoado) e de centrar bolas dos extremos. Incapazes de rematar de fora da área. Incapazes para criar perigo numa bola parada. O guarda-redes, quando foi necessário estar lá, não esteve.
    Que raio de equipa é esta? Que raio de treinador é este? Sempre o mesmo sistema de jogo, que qualquer treinador adversário conhece de cor e salteado, e anula como quer. O basófias não tem mais para dar. Põe-se com aquela cara de desgraçadinho e não o vemos mudar um chavelho na porra de jogo que nos dá náuseas. Parece que há um complô interno (a juntar forças com o externo) para nos arreliar e fazer sofrer, e para deitar abaixo o nosso clube.
    E pensar que estas vedetas de telenovela reles ganham o que ganham e têm as condições que têm. Querem compreensão e carinhos? Peçam-nos às avós.
    É preciso mudar muita coisa, a começar pelo presidente, o principal culpado do descalabro a que assistimos, e pelo fanatismo de uns certos 62%.

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  2. mas essa vontade de alterar o rumo dos jogos tem muito a ver com os jogadores mas também tem a ver com aquilo que os treinadores incutem aos jogadores e que não o esta a ser feito.

    sinal também disso é a quantidade de vezes que a equipa entra a dormir nos jogos significa que a mensagem não foi passada antes do jogo.
    se uma vez ou outra pode ter sido má interpretação dos jogadores tantas vezes começa a ser ou má abordagem do treinador ou a mensagem simplesmente não passa ou não a sabe passar.

    duas vezes que jogamos em casa com tres centrais contra este clube duas derrotas, embora o problema não tenha sido só esse, pode ser uma boa táctica fora mas em casa contra este clubes duvido muito que o seja no nosso clube.

    continuo sem perceber a relutância em jogar com tres medios resolvia à mesma o problema no corredor central, mais ainda porque os problemas iniciais nunca estiveram nos defesas centrais mas na incapacidade dos medios pararem o jogo adversário, e nunca tornava a equipa muito defensiva como os tres centrais.

    pizzi sempre foi péssimo a jogar a box to box é verdade que resultou uma época mas foi apenas uma excepção que aconteceu por diversas razões que podemos analisar, mas para alguns a excepção é a prova que ele ali é bom e não o é, ali os seus erros ficam mais evidentes e as suas qualidade não se evidenciam.

    para jogar com apenas dois medios centros teriam de ser sempre dois destes quatro, weigl, gabriel, florentino e samaris.
    mas um nunca contou o outro esteve sempre limitado e os outros dois o treinador acha que são alternativa um ao outro em vez de complementares e enquanto ele não desfizer este equivoco pode gastar o milhões que quiser nas outras posições que vai ser só gastar dinheiro fora.
    e duvido muito que novos jogadores para aqueles posições resolvam a situação porque não é uma questão de qualidade dos jogadores mas perfil deles.

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