quarta-feira, 18 de junho de 2014

Estará a selecção preparada para jogar em Manaus?

As dúvidas são legítimas depois do triste espectáculo dado no último jogo.
De acordo com os próprios brasileiros o clima de Manaus é impiedoso.
Terá a nossa preparação sido a mais adequada? A avaliar pela condição física dos jogadores no último jogo, não!
Claro que uma preparação não é feita apenas para um jogo, pelo que a resposta não pode ser definitiva e carece de ser reavaliada depois do próximo jogo. Os sinais são porém preocupantes. 

Outras seleções fizeram preparações diferentes, orientadas para replicar em treino as condições difíceis dos jogos (calor e humidade). A nossa não o fez.

Quero crer que há razões para tal e que a nossa preparação obedece a uma estratégia bem delineada. O próximo jogo trará a resposta, pois é decisivo.

E sobre esse jogo é preciso perceber que teremos pela frente um adversário muito difícil, duro de roer.

OS EUA não são uma selecção que vá muitas vezes à frente, que tenha muito talento, que crie muitas situações de golo.
Mas é uma equipa muito lutadora, muito forte fisicamente, muito competitiva e muito objectiva. Uma equipa que defende muito bem.

Portugal terá que fazer um jogo completamente diferente do de segunda-feira e não poderá abordar esta partida com nenhum tipo de sobranceria. Não podemos ganhar nada neste jogo, pois mesmo uma vitória não decidirá nada e continuaremos dependentes do que acontecer na última jornada. Se, por absurdo, os EUA vencessem a Alemanha na última jornada, Portugal poderia ser eliminado mesmo vencendo o Gana. Isto porque o critério de desempate não são os confrontos entre as equipas mas sim a diferença entre golos marcados e sofridos, aspecto em que, face à goleada sofrida no primeiro jogo, Portugal está muito mal posicionado. 
Se, por outro lado, Portugal vencer os EUA e a Alemanha vencer os seus restantes jogos, um empate contra os africanos basta a Portugal para passar aos oitavos de final.

Mas se não podemos ganhar nada (a não ser o próprio jogo) contra os EUA, temos porém muito a perder - nomeadamente podemos ser eliminados à segunda jornada em caso de derrota.

É assim absolutamente certo é que Portugal tem que vencer os EUA, num jogo que se disputará perante um clima inclemente que condicionará - e muito - o rendimento dos jogadores. Veremos como ultrapassaremos estas várias dificuldades. 

A ideia de que perder por 1 ou por 4 é igual só é válida se conseguirmos chegar ao fim da fase de grupos com mais pontos do que EUA ou Gana (obviamente já nem coloco a Alemanha nesta equação pois passará em primeiro certamente). Se houver igualdade pontual a coisa decide-se por diferença de golos - e aí o cenário não é para já animador.

Portugal tem que enfrentar este jogo com os EUA com a máxima seriedade e sentido de responsabilidade, muito espírito de sacrifício e jogando como equipa. Jogar para Ronaldo a todo o momento, sobretudo no último terço do terreno é uma estratégia absurda que não pode conduzir a nada de bom.

Admito-o: estou muito preocupado quanto às nossas possibilidades de nos apurarmos. Penso que seria muito mau para a nossa imagem no Brasil, para os nossos imigrantes espalhados pelo mundo e para o ânimo dos portugueses em geral se ficassemos pela fase de grupos. Espero sinceramente que isso não aconteça. Mas para alcançarmos o objectivo de passar esta fase precisamos de outra atitude, de outra energia, de outra determinação e de outra atitude competitiva. Vedetismo e culto da personalidade não fazem parte do compêndio vencedor.


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