terça-feira, 17 de junho de 2014

Selecção precisa de revolução

Depois da avalanche alemã e do triste espectáculo que a selecção ofereceu ao Brasil, impõem-se medidas por parte de Paulo Bento.
O seleccionador português esteve muito mal na preparação do jogo - a equipa perdeu completamente o meio campo e foi atropelada pelo ataque alemão - mas tem agora que ser capaz de apanhar os cacos desta equipa e apresentar um 11 que seja capaz de vencer os dois jogos que faltam - e não será nada fácil.
Para isso, Paulo Bento precisa de mudar estruturalmente a equipa: Meireles, Moutinho e Veloso fazem um meio campo que já não tem andamento para este tipo de competições e que para além disso não tem dimensão física. É portanto por aqui que a coisa tem que começar a mudar, nomeadamente com a entrada imediata de William Carvalho na equipa.
Recuemos 10 anos.
Portugal perde no jogo de inauguração do Euro contra a Grécia. No jogo seguinte, Scolari promove uma revolução na equipa: saem os "velhos" (Paulo Ferreira, Rui Jorge, Fernando Couto e o próprio Rui Costa) e entram os jovens (Miguel, Nuno Valente, Ricardo Carvalho, Deco e o próprio Cristiano Ronaldo).
Os resultados são conhecidos: apesar de termos perdido o jogo decisivo, novamente com a Grécia, fizemos a melhor campanha de sempre da selecção.
Neste momento a equipa precisa de um tratamento de choque desse tipo: o problema é que não há suficientes jovens para entrar na equipa.
Para começar, Bento deveria mexer na baliza. Patrício é talvez o pior guarda-redes que me lembro de ver entre os postes da selecção. Não faz uma defesa e não dá nenhuma segurança à equipa. A jogar com os pés é uma desgraça e não raro dá golos ao adversário. Patrício treme por todos os lados e deveria ser substituído de imediato - por Eduardo.
Depois no meio deveria entrar William para o lugar de Meireles, avançando Moutinho. É uma pena que André Gomes não esteja entre os convocados porque seria também uma boa opção. Rúben Amorim pode porém entrar igualmente, nomeadamente para o lugar de Miguel Veloso que penso ser a melhor opção neste momento para o lugar de Coentrão. 
Finalmente há que deixar de colocar em campo um ponta de lança de raiz, fazer entrar Varela ou Vieirinha e derivar Ronaldo para o meio.
Paulo Bento tem agora a palavra. Fazer um jogo semelhante ao de ontem não é uma opção. Portugal tem que deixar outra imagem no Brasil. Seria imperdoável não o fazer.
 

3 comentários:

  1. A história do euro2004 deixou a ideia de revolução, mas a verdade é que já no primeiro jogo o scolari substituiu dois jogadores (rui costa e simao por deco e ronaldo, respectivamente) ao intervalo, sem resultados.

    Portugal perdeu esse jogo contra a Grécia tal como perdeu na final, já com a "equipa nova", porque o sistema defensivo grego era mais forte que o ataque português-- além da oferta do Paulo Ferreira no primeiro jogo, claro. Essa da equipa revolucionada nunca me convenceu, e à conta disso perdeu-se o Rui Costa, que ainda faria falta, e nunca se aproveitou o potencial do Simão (foi um eterno suplente).

    Seja como for, a situação de 2004 é diferente da actual. Nessa altura havia 2 jogadores competentes (no mínimo) para cada posição: simao-ronaldo, deco-rui costa, miguel-paulo ferreira, costinha-petit, pauleta-nuno gomes, ... Agora nem o primeiro 11 tem jogadores à altura.

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    1. Isso e outro dado, os dois jogos contra a Grécia o Miguel não jogou (opção e lesão) foi a múmia do Paulo Ferreira, com o Miguel em grande forma a final tinha sido nossa ;)

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  2. Paulo Bento já mostrou que é teimoso: apesar da grande exibição de William contra a Irlanda, insistiu no 'triângulo' Moutinho, Meireles, Veloso. Moutinho, quanto a mim, foi dos melhores. PB já disse que 'mudar tudo seria um erro', o que dá a entender que não vai haver revolução. Mas pode mudar alguma coisa. E aí acho que William podia ser a nossa 'arma secreta'. Honestamente - e por muito chato que seja dizer isto - penso que termos perdido o Hugo Almeida pode não ser mau. Já a lesão de Coentrão enfraquece-nos muito. É um dos melhores da selecção. Mesmo assim continuamos a ter todas as hipóteses de passar. p.s. é verdade que Patrício cometeu muitos erros, mas também defendeu uma bola para golo. André Almeida muito mal no 4-0. E Pepe... não há palavras para a infantilidade.

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