Num jogo a seguir a uma derrota e antes de uma jornada decisiva na Champions, o barómetro acusava níveis elevados. A vitória era imprescindível e o adversário não era dos mais fáceis.
O Benfica teve uma boa resposta, perante um Rio Ave que se fechou muito na sua retaguarda e apostou em manter o 0-0 o máximo tempo possível.
Mais uma vez Talisca tinha a chave das balizas adversárias e no momento certo soube usá-la. Mais um hino ao futebol. Começo a perder a conta aos golos monumentais do baiano - um jovem com apenas 20 anos e na sua primeira época fora do Brasil. Estamos perante um craque que temos que saber continuar a fazer crescer.
Depois do golo porém regressaram os problemas que se têm observado em vários jogos: o Benfica tem dificuldade em manter a vantagem no marcador, em "congelar" o jogo, ou seja, baixar o respetivo ritmo, em manter uma posse "tranquila" de bola. É claramente algo em que devemos trabalhar pois o Benfica precisa de saber manter vantagens no marcador. Hoje dá a ideia de que se tentamos apenas "manter" a vantagem baixamos demasiado o ritmo e a intensidade e deixamos o adversário crescer em confiança, se tentamos marcar mais golos acabamos por sofrer em contrapé como aconteceu com o Braga.
Já amanhã temos um jogo decisivo para a continuidade na Champions. O Benfica precisá impreterivelmente de vencer esta partida e tem todas as condições para o conseguir.
Precisamos de continuar a evoluir, a assentar processos, a ganhar rotinas, pois há muitos jogadores novos. No entanto os jogos a doer, verdadeiramente decisivos, não param. Mais do que notas artísticas nesta fase precisamos de ser resultadistas.
Vem aí uma fase verdadeiramente decisiva do campeonato. Nas próximas quatro jornadas, o Benfica joga fora 3 vezes, com três deslocações de alto risco a campos onde temos perdido pontos nas últimas épocas. Na próxima jornada vamos à Madeira jogar com o Nacional, depois vamos a Coimbra e à jornada 13 vamos ao Dragão. Muito do campeonato vai começar a tomar forma nestas jornadas. Jogos destes entre os principais candidatos podem marcar o campeonato: em 2009 a vitória sobre o Porto (golo de Saviola) à 14ª jornada lançou o Benfica para o título; no ano passado nova vitória sobre o Porto, dessa vez por 2-0 e à 15ª jornada, também nos fez acelerar para uma época de sonho. Desta vez o jogo é no dragão mas já é mais do que hora de o Benfica lá vencer para o campeonato.
Duas notas finais sobre a imprensa desportiva portuguesa. A primeira prende-se com a diferença de tratamento da derrota do Benfica em Braga, a qual foi quase comparada à queda de Roma e a derrota do Sporting - essa sim estrondosa - que afinal nada mais é do que um acidente de percurso. É também curioso que se diga que Marco Silva quase não tem responsabilidade no que se passou e que as culpas devem ser assacadas aos jogadores. É curioso porque o elementar bom senso deveria levar os autores de tão brilhantes análises a pensar que se 11 (ou 14) jogadores estiveram mal, então provavelmente a tactica não foi bem preparada. Aliás se há jogo no qual uma equipa deu uma "cabazada" táctica à outra, esse jogo foi o de Guimarães. Não digo isto para atacar Marco Silva, com que até simpatizo, mas sim para mostrar a diferença de tratamento que existe para com Jesus que sempre que a equipa perde é o culpado e um péssimo treinador.
A outra nota prende-se com a originalidade portuguesa. Nos outros países criticam-se as decisões erradas dos árbitros e auxiliares. Em Portugal criticam-se as certas. O fiscal de linha acertou ao anular o golo do Rio Ave, algo que motivou grande "indignação". Cambadas de mentecaptos, autênticos atrasados mentais, dedicam minutos e horas a determinar onde estava afinal o malandro fiscal de linha, para, por processos de intenção inenarráveis, chegar à conclusão que havia uma intenção clara de anular o golo e beneficiar o Benfica. É gente sem classificação.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários são agora automaticamente publicados. Comentários insultuosos poderão ser removidos.