Quem diria? Numa jornada em que a partida o Benfica era quem corria mais riscos, acabámos por ganhar pontos aos dois rivais. E isto depois de entrarmos no jogo a perder.
São excelentes notícias, nomeadamente por, como assinalámos no anterior post, na Choupana se ter iniciado um ciclo difícil e importante de jogos e também pelo facto do campeonato agora se interromper durante algumas semanas. Esta folga pontual e temporal dá ao Benfica melhores condições psicológicas para trabalhar no (muito) que a equipa precisa para se consolidar.
Na Madeira o Benfica precisava sobretudo de garantir o resultado. Se isto é verdade para todos os jogos, o que eu pretendo aqui sublinhar é que nesta fase da época, tendo por adquirido que a equipa ainda procura o seu equilíbrio fundamental, sobretudo no meio campo, há que privilegiar a objectividade e o resultado em detrimento da qualidade futebolística.
O Benfica não tem sido muito capaz de ter o controlo do jogo, algo que no ano passado alcançou (dando a dada altura a ideia de que era quase impossível perder um jogo), mas tem vencido. Ontem na segunda parte apostou claramente em manter o resultado - e conseguiu-o.
No entanto isto não pode ser uma estratégia para a época. O Benfica ontem não sofreu na segunda parte mas podia ter sofrido, inclusivamente numa jogada mal anulada por fora de jogo inexistente.
É pois preciso fazer mais e melhor. É preciso sobretudo ter outro controlo do meio campo. Samaris tarda em integrar-se naquela posição tão importante no sistema táctico de Jorge Jesus. Creio que André Almeida seria a melhor solução nesta fase, mas já percebemos que Jesus não apostará nela por razões que desconheço.
Espero que Fedja possa estar de regresso rapidamente. Se não estou em erro, dezembro ou janeiro foram apontados como datas do seu regresso. Esperemos que isso aconteça.
Também Sílvio, quando puder regressar, será um importante reforço para as laterais.
No entanto, para além das questões das peças individuais, é a equipa como um todo que precisa de evoluir harmoniosamente como ainda não acontece. O facto de termos apenas dois jogadores no "miolo" e extremos muito atacantes obriga a compensações e equilíbrios muito precisos, sob pena da equipa ser apanhada completamente em contrapé (como aconteceu em Braga).
Já tem sido referido muitas vezes que Rodrigo, com a sua grande mobilidade e Lima com a sua grande capacidade de trabalho constituíam uma primeira linha de pressão que este ano desapareceu. Também é uma realidade que havia mais talento (para além de Rodrigo e Matic, que jogou até dezembro, Markovic e André Gomes, já para não falar dos defesas Garay e Siqueira muito dotados tecnicamente ), o que punha as outras equipas mais em sentido.
O equilíbrio desta equipa terá pois que ser feito de outra forma. Estas semanas de interlúdio no campeonato serão pois úteis para trabalhar nalguns aspectos.
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