O Benfica fez um jogo que, não tendo sido mau, não foi suficiente. Terá faltado agressividade e confiança. Estamos numa fase difícil em que os ressaltos e as bolas divididas nos têm sido desfavoráveis, os lances decisivos estão a cair para o lado dos adversários e as decisões dos árbitros nos penalizam. São fases das épocas que acontecem e que há que saber suportar com estoicismo. Acima de tudo importa agora que o Benfica não se desconjunte, não se entregue e se saiba reagrupar e ir buscar forças para os três jogos decisivos que se avizinham.
Há que trabalhar muito a confiança dos jogadores - que têm qualidade - porque a sorte há-de mudar.
Mas há também que trabalhar aspectos do jogo ofensivo e defensivo.
No primeiro capítulo há que melhorar o sentido de baliza. O Benfica remata pouco e faz demasiados passes para os lados e para trás. Há uma quase obsessão em entrar na área com a bola controlada quando por vezes seria preferível centrar ou rematar de fora. Infelizmente apenas Bruno César e Cardozo parecem ter capacidade de rematar de longe e mesmo esses pouco o têm feito.
No plano defensivo há que perceber que não se pode permitir que os adversários corram praticamente da sua área até à nossa quase sem oposição ou apenas sendo contrariados por um jogador. Foi assim com James e deu o 2-2 ao Porto quando tinhamos o jogo quase ganho e foi assim com o Chelsea. Há que fazer falta se não se consegue parar o jogador de outra forma.
O Benfica não pode ser tão macio.
Em Inglaterra será muito difícil.
A partir de agora o Chelsea é favorito e é com isso que o Benfica tem que jogar. Usar esse facto para nos libertarmos de pressão e jogar com prazer, acreditando que a nossa qualidade pode dar golos. Devemos apostar na consistência defensiva e sair descomplexadamente para o ataque. Há que pensar que o Chelsea tem mais a perder do que nós, uma vez que neste momento têm a eliminatória na mão. Lembremo-nos como o Porto virou a eliminatória da Taça na Luz o ano passado depois de ter perdido 0-2 na sua casa e joguemos inteligentemente da mesma maneira. Joguemos com os nervos do adversário e com o relógio. No futebol quase não há impossíveis. Saibamos nós usar as nossas armas e as poucas probabilidades que ainda mantemos e quem sabe poderemos causar uma surpresa dentro de uma semana.
A eliminatória está muito difícil - mas ainda não está perdida.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários são agora automaticamente publicados. Comentários insultuosos poderão ser removidos.