A derrota de Telma Monteiro, sendo inesperada e constituindo uma desilusão, não nos pode porém levar à habitual autocomiseração e negativismo. No desporto há, por regra, dois resultados: a vitória e a derrota. Há que saber aceitar ambos, principalmente quando os protagonistas, como é o caso de Telma, já trouxeram para o país diversas vitórias e medalhas. Nos momentos menos bons, o mais importante é manter a compostura, a dignidade e o respeito pelos adversários e ter a capacidade de recuperar para lutar um outro dia. Além de Telma, Portugal obteve no judo outras vitórias no passado, nomeadamente a medalha de bronze de Nuno Delgado e títulos europeus e mundiais.
Há sempre explicações para as derrotas, desde o tempo aos astros, passando pelos árbitros. Telma não se refugiou em nenhuma desculpa e teve a postura que dela se exigia no momento da saída.
Caso diferente na minha opinião é o da vela. Custa-me muito aceitar que Portugal, país de navegadores, com uma costa extraordinária, vento e portanto condições naturais únicas para a prática da modalidade, não consiga resultados consonantes com essa realidade. Não quero culpabilizar os atletas, porque certamente dão o seu melhor. A vedade porém é que isso não chega e que os resultados ficam muitíssimo aquém do exigível. Penso que o governo e, na própria sociedade civil, aqueles que têm meios, ou seja fortunas porque se trata de um desporto caro, deveriam olhar para esta situação e identificar o problema. Somos um país de mar, de costa e de passado de navegadores. Se há modalidade em que temos obrigação de fazer boa figura, estando literalmente entre os melhores dos melhores, é esta. Infelizmente estamos entre os medíocres. Alguma coisa terá que ser feita para inverter este estado de coisas.
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