Depois das declarações a quente de Jorge Jesus e dos jogadores, Rui Gomes da Silva foi a voz da indignação benfiquista.
Disse que Vítor Pereira já não mandava na arbitragem e tirou Fernando Gomes deste filme. Foi aliás o próprio Fernando Gomes, Presidente da FPF, que disse a Gomes da Silva, ainda no Domingo num encontro da Associação de Futebol de Lisboa em que estava também Vítor Pereira, que nada tinha que ver com as arbitragens. As responsabilidades recaiam, sempre de acordo com Fernando Gomes, em Vítor Pereira, que tinha autonomia para gerir o sector.
Seguidamente, o Presidente do Conselho de Arbitragem, Vítor Pereira, veio no essencial dizer que estava contente com as arbitragens e desvalorizar os erros, que seriam afinal humanos e constituiriam apenas "5 %" do total de decisões de um árbitro numa partida.
Ou seja, o Presidente da Federação diz que não é nada com ele e o Presidente do Conselho de Arbitragem (que depende hierarquicamente de Gomes) diz que nada se passa.
Lamentável e a confirmar os meus piores receios. Ou seja, perante mais uma situação de manifesto e objectivo prejuízo ao Benfica, ninguém é responsável, não se passa nada e todos assobiam para o lado.
Rui Gomes da Silva veio então dizer que Vítor Pereira já nada manda, sugerindo que são outras figuras obscuras quem faz as nomeações e decidem as classificações dos árbitros, através dos famigerados observadores. Gomes da Silva pediu num primeiro momento a demissão de Vítor Pereira mas depois pareceu recuar. Luis Filipe Vieira por outro lado ainda não se ouviu e ouvi dizer que tinha gripe.
Tudo isto confirma o que penso há muito. O futebol português é um pântano, onde influências subterrâneas se movimentam e "cozinham" campeonatos. Os árbitros não têm objectivamente condições para apitar a este nível, quer subjectivas, quer objectivas. Estão condicionados pela necessidade de agradar a quem lhes faz a carreira. E para agradar nada como prejudicar o Benfica em benefício do clube do Porto.
Ou seja, o sistema continua vivo e bem vivo, mascarando-se e escondendo-se agora atrás de figuras de fachada que afinal nada mandam, pois o poder está onde sempre esteve. E agora até tem uma chancela de legitimidade, dada pelo esfíngico Gomes e por estruturas cuja independência e isenção fica muito bem no papel mas que na realidade não passam de uma cobertura para o que realmente acontece nos bastidores.
E o que se passa é que os observadores, controlados pelo Porto determinam classificações e que os árbitros sabem como agradar aos observadores, prejudicando o Benfica.
As regras existem, simplesmente a sua aplicação é de tal forma arbitrária que sempre se encontra forma de prejudicar o Benfica. Veja-se o cartão amarelo dado a Melgarejo no jogo de Coimbra. Realmente as regras dizem que um jogador deve ser punido com essa sanção quando peça ao árbitro um cartão para o adversário. Mas quantas vezes essa regra foi aplicada? Eu lembro-me desta.
As imagens televisivas para punir disciplinarmente foram aplicadas uma vez em Portugal - para castigar Rui Águas há anos.
As regras que castigam declarações dos agentes do jogo sobre arbitragens - foram aplicadas a Jesus depois do jogo com o Porto mas não o foram a Vítor Pereira (o treinador) quando, após perder com o Gil Vicente, disse que "podiam" encomendar as faixas de campeão para o Benfica.
O castigo a Aimar por dois jogos, para não jogar contra o Braga na Luz e em Alvalade contra o Sporting.
A expulsão de Cardozo, num jogo em que não fez nenhuma falta e em que levou um segundo amarelo por agredir a relva.
O castigo a Vieira, por declarações inóquas nesse mesmo jogo quando minutos antes um dirigente do Sporting se referira ao Benfica como oferecendo condições "pré-históricas" aos adeptos adversários e ao mesmo tempo que os adeptos do Sporting lançavam em chamas o Estádio da Luz.
O castigo a Luisão por "agressão", num jogo particular, quando ainda o ano passado Belushi tinha feito praticamente o mesmo e nem amarelo levou num jogo oficial da Liga.
Eu podia escrever aqui 10 páginas de aplicação selectiva de regras e critérios, SEMPRE em desfavor do nosso clube. Será que os dirigentes do Benfica não vêm aqui um padrão?
E satisfazem-se com justificações tão parcas como as de Gomes? Ou com as patéticas declarações de Vítor Pereira?
Para mim não há caminho com este sistema e por isso apelo a uma ruptura completa, exigindo-se de uma forma muito firme, séria e estando preparado para enfrentar todas as consequências, a demissão de todos os orgãs dirigentes e uma regeneração completa do futebol português. Que pena, volto a dizer, que o trabalho sério, honesto e independente de Hermínio Loureiro não tenha tido continuidade. Foi uma oportunidade única de limpar o futebol português.
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