Um resultado que permita ao Benfica a passagem às meias finais da Liga Europa, equivalerá à ponta final de época mais excitante dos últimos anos e certamente uma das mais importantes da história do Benfica.
As possibilidades de conquistar três troféus maiores (os dois mais importantes a nível nacional e o segundo mais importante a nível europeu) serão bem reais, não há como o negar.
Isto não equivale a embandeirar em arco. As duas últimas épocas mostraram bem como nada está conquistado antes do fim, como qualquer desatenção, qualquer displicência, qualquer sentimento de que o mais difícil já está feito podem ser fatais.
Há dois anos estávamos em duas meias finais, numa posição privilegiada. Na Taça tínhamos ganho 2-0 nas antas, na Liga Europa tínhamos batido o Braga em casa por 2-1. O campeonato, esse já estava perdido, restando o orgulho de não deixar o adversário fazer a festa em nossa casa. Perdemos tudo. Com infelicidade fomos afastados da final da Liga Europa perdendo1-0 em Braga, com um golo fora de jogo e um adormecimento no jogo fomos afastados da final da Taça perdendo 3-1 em casa, com um auto-golo de Roberto deixámos o adversário celebrar o campeonato (invicto) em nossa casa.
No ano passado, ainda a curar estas feridas, conseguimos uma importante vantagem de 5 pontos à entrada para a segunda volta. Com arbitragens miseráveis e com uma má entrada e má saída no jogo contra o Porto em casa perdemo-la e voltámos a permitir que esse clube fosse campeão.
Em ambos os anos ganhámos apenas a Taça da Liga.
Este ano as coisas são diferentes: o plantel é mais forte e tem mais soluções; o adversário da Taça é mais acessível, na Liga Europa ainda estamos só nos quartos, com uma vantagem de dois golos; no campeonato estamos numa situação mais parecida com a de há 3 anos, quando celebrámos o título, do que da do ano passado (nesta altura estávamos atrás); já não estamos na Taça da Liga.
As lições terão sido aprendidas. Percebemos agora que o campeonato é a prioridade e que, se a alternativa for entre assegurar este e ver o que dá a Liga Europa (com a possibilidade de dobradinha com a conquista da Taça) ou tentar tudo e arriscarmo-nos a perder ambas as competições (ganhando eventualmente apenas a Taça), a escolha recairá sobre a primeira opção. Muita do que ajudará a definir prioridades passará pela próxima jornada.
Ainda assim, com o campeonato a interromper para se jogar a final da Taça da Liga, tendo apenas no calendário um jogo, relativamente confortável para a segunda mão da Taça de Portugal, na próxima segunda, as baterias têm que ser agora apontadas na totalidade para a Europa e para o jogo com o Newcastle. (A nossa saída da Taça da Liga acabou assim por ser providencial, pois seria insustentável ter ainda mais essa final, ainda por cima contra o Porto, com tudo o que isso significa a nível mental e psicológico, a juntar a um calendário já tão sobrecarregado).
Não será certamente um jogo fácil. Em casa, todos o sabem, o Newcastle é muito forte, tendo o seu estádio um dos ambientes mais ruidosos e apaixonados em Inglaterra. O Benfica já mostrou porém capacidade para saber enfrentar desafios desta estirpe e estará certamente à altura. Não será, disso estou absolutamente seguro, por não se baterem bem que os nossos jogadores deixarão de se qualificar para as meias finais. Há porém um adversário de valor do outro lado, que apostará todas as fichas nesta competição, pelo que os nossos atletas terão que estar ao seu maior nível.
Conto, claro, com todos, mas penso que Gaitan poderá ser uma peça muito importante nesta partida, tal como Cardozo (embora possa começar no banco) e o próprio Rodrigo, que vem subindo e muito de forma.
Aos vossos lugares, o espetáculo vai começar.
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