Quando a nossa equipa entrou em campo para disputar a 17ª jornada do campeonato, alguns adeptos já nem se lembrariam que durante a semana jogámos e vencemos em Paços de Ferreira, quase garantindo a presença no Jamor.
Na partida de ontem o mais importante era ganhar e fazer uma certa gestão do plantel, objectivos que foram alcançados com bastante tranquilidade. Este ano de facto existem duas equipas na frente do campeonato e depois um enorme fosso para todas as outras.
O Benfica ontem não precisou sequer de acelerar muito para garantir uma vitória tranquila e confortável. E recorde-se que não jogaram Melgarejo, Matic (tão fundamental para a manobra do nosso meio campo) e Cardozo (que continua a ser o nosso melhor marcador apesar de não ter jogado os últimos jogos e de não facturado nos que jogou ainda antes da lesão).
Mais do que fatiga, penso que ontem existiu uma gestão prudente e inteligente de esforço. Importava marcar cedo para evitar qualquer ansiedade ou necessidade de acelerar muito na segunda parte. Isso foi conseguido. Importava depois ganhar uma vantagem mais confortável para poder gerir o jogo. Isso também foi conseguido logo no início da 2ª parte. Depois veio a natural gestão porque a época é longa e tem muitos jogos, sobretudo considerando que estamos em 4 competições, com boas perspectivas de ganhar 3 delas. Além disso, o Setúbal continuou muito fechado no seu meio campo, sem fazer grande esforço para ir atrás do resultado e fazer as despesas do jogo, pelo que não faria grande sentido ser o Benfica a fazê-lo quando já ganhava por 3-0.
Do jogo de ontem gostaria de destacar as excelentes exibições de Garay e Luisão. Que enorme autoridade e classe demonstraram ontem os nossos centrais. Destaque para a jogada do 2 a 0. Um passe tenso de Garay a levar a bola para a meia direita, Luisão a avançar até ao meio campo e depois a lançar Lima para o golo. Simplicidade e qualidade.
No meio campo, Enzo fez um dos seus melhores jogos desde que chegou ao Benfica: um golão, muito boas jogadas e muito trabalho compensaram alguma insegurança, normal e compreensível, de André Gomes, até pela chamada à selecção e à rápida afirmação como um jovem valor do nosso futebol.
Por fim os nossos atacantes voltaram a estar em grande plano, dando-me uma grande satisfação o regresso de Rodrigo aos golos, em mais uma boa jogada e excelente combinação dos dois pontas de lança.
Esta semana o Benfica "descansa", se não jogar a meio da semana pode ser assim chamado - e provavelmente não pode pois a maioria até joga mas ao serviço das selecções. O regresso ao Campeonato será na Madeira para jogar contra o Nacional. A partir daí começará novo ciclo competitivo de grande intensidade, com a entrada em cena da Liga Europa e o regresso dos dois jogos por semana.
Até por isso foi acertada a abordagem ao jogo, menos fulgurante e desgastante do que é normal no Benfica. Foi o que se pedia.
Uma última palavra para a presença de sócios e adeptos, que merece elogios. Quase 40.000 numa noite fria de Domingo contra um adversário fraco e já se sabendo que não nos isolaríamos na frente nesta jornada, é um número excelente que dificilmente algum outro clube em Portugal poderia alcançar.
Penso que é uma boa indicação e prenúncio para o que se deseja daqui para a frente na época: uma presença cada vez mais massiça de sócios e adeptos nos jogos, se possível deixando a Luz à beira da enchente cada fim de semana. Como disse no passado, a equipa merece.
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