Com o volte-face ocorrido nos últimos minutos dos jogos, Portugal complicou substancialmente as suas contas neste Mundial. Já no período de descontos, Espanha perdia e Portugal ganhava. Mas duas decisões do VAR inverteram este estado de coisas e Portugal perdeu a vantagem de três pontos que detinha, passando a segundo classificado do Grupo. Aliás esteve prestes a acontecer um golpe de teatro quando um jogador iraniano apareceu isolado frente a Rui Patrício. Seria a eliminação da selecção na fase de grupos.
As coisas complicaram-se porque Portugal não apenas vai enfrentar o Uruguai (que redimensionou a Rússia para um patamar secundário de competitividade - apesar do factor casa não poder ser completamente descartado numa eliminatória) como enfrentará, caso passe, o vencedor do jogo França-2º classificado do Grupo D (Islândia, Nigéria ou Argentina). Já a Espanha, após o jogo com a Rússia e caso passe, enfrentará o vencedor do jogo Dinamarca-Croácia. E, caso Portugal chegasse às meias enfrentaria com toda a probabilidade um Brasil ou uma Alemanha.
Ou seja, o caminho que se abriu no Euro com aquela sequência improvável de resultados, aquele alinhamento estelar que nos permitiu evitar Espanha, Alemanha, Itália e enfrentar a França apenas na final, não se repete de modo nenhum no Mundial. Pelo contrário, com a conjugação resultante dos golos nos descontos, Portugal está agora no caminho dos tubarões, sendo as nossas probabilidades de ultrapassar todos e chegar à final bastante diminutas. Principalmente pelo que (não) estamos a jogar.
O jogo de ontem foi negativo na medida em que Ronaldo foi menos exuberante e confiante, falhando um penalty e tendo estado perto da expulsão (que a meu ver seria exagerada mas que obviamente esteve em cima da mesa). Foi negativo também porque voltámos a deixar-nos pressionar fortemente, desta vez nos momentos finais do jogo. Foi negativo porque o rendimento de vários jogadores continua a ser bastante pobre. Foi negativo porque se sente que falta a esta equipa segurança e estabilidade (nomeadamente emocional). A entrada de Quaresma no 11 foi positiva (o golo é monumental e a exibição bastante conseguida até ao extremo se começar a envolver em quezílias com os provocadores adversários) mas João Mário pouco adianta e William é demasiado lento.
O caminho de Portugal estreitou-se mas para já mantemos pretensões legítimas de nos qualificarmos para os quartos de final, ou seja temos todas as condições de lutar de igual para igual com o Uruguai.
PS - Lastimo a atitude de Carlos Queirós. É legítimo que seja profissional e prepare a equipa para a qual trabalha no sentido de tentar vencer o seu próprio País. É uma situação estranha e incómoda mas que nos nossos dias se compreende. Agora fazer aquele alarido, aquela pressão, antes, durante e após o jogo, sobre o árbitro e o VAR, pedir a expulsão de Ronaldo e ir dar "bocas" a Moutinho são comportamentos muito feios que só o diminuem. Não pode ficar admirado se depois disto a sua personalidade seja ainda menos apreciada pelos portugueses.
Queiroz é o mesmo que agrediu um jornalista no aeroporto, que mandou o Luis Horta da ADOP ir fazer análises à "c. da mãe dele" no estágio antes do mundial 2010, é o mesmo que se incompatibiliza com superiores e subordinados por onde passa, que inventa desculpas sempre que perde (e tem perdido sempre, nos seniores).
ResponderEliminarE o mesmo que disse que tinha que se varrer a porcaria da Federação quando falhou uma qualificação.
EliminarO Santolas se for um homem inteligente, podia ter ali na frente o Ronaldo, o Quaresma, o Bernardo e o Guedes e não precisava de mais ninguém. Com o Manuel Fernandes e o Bruno Fernandes no meio campo. O Ricardo e o Mário Rui para ontem também. Mas vão jogar os mesmos de sempre... resta saber se desta vez vai haver vaca do Santos novamente.
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