segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Temos Benfica e temos campeonato

As melhores notícias do início de época para o Benfica foram as de que, apesar do mau começo e dos diversos problemas que então ocorreram, os objectivos não foram comprometidos.

A partir daí, foi possível ir aos poucos recuperando a estabilidade interna, a forma de alguns jogadores, a qualidade de jogo e pontos na tabela classificativa. O regresso de Cardozo surgiu em bom tempo e foi crucial naquela altura. Foi uma espécie de abono de família. Os "regressos" de Lima e Rodrigo também em boa hora vieram, agora que Cardozo se lesionou.

Claro que esta recuperação do Benfica não teria sido possível sem os deslizes e agora a verdadeira crise que o Porto está mergulhado. Na época passada, à jornada 11, Benfica e Porto dividiam o comando com 29 pontos, mais 5 do que a equipa de Paulo Fonseca agora possui.

Neste momento, terminada a fase inicial do campeonato e entrados já no segundo terço do mesmo, acabou-se o período de adaptações e experiências e começa agora a fase a doer. Estou crente de que o Benfica está preparado para a enfrentar.

De há algumas semanas para cá (apesar da longa paragem no campeonato) o Benfica vem em crescendo. Os jogadores novos parecem adaptar-se e a equipa começa finalmente a ter uma ideia de jogo e a saber gerir os diversos momentos das partidas. Ela está mais coesa e segura. 

Claro que persistem problemas e aspectos a melhorar. O nível exibicional ainda não é o melhor, nalguns jogos não criamos muitas oportunidades, continuamos a conceder golos que pareciam evitáveis. Existe porém uma melhoria, um progresso visível e é isso que nesta altura deve ser sublinhado e saudado.

O jogo com o Rio Ave demonstrou uma equipa adulta, segura, não muito fulgurante mas eficaz, que teve como único senão o golo sofrido já na segunda parte. Muitos aspectos merecem ser destacados: o regresso aos golos de Lima, mais um golo e subida de forma de Rodrigo, uma boa ligação entre Fedja e Matic e uma segurança e consistência defensivas que duraram quase 90 minutos.



O tempo e a competição poderão dar a esta equipa mais rotação, solidez e, resumindo, maior capacidade. Acredito que o meio-campo ganhará mais rotinas e com isso oferecerá maior consistência à equipa e que Djuricic, Sulejmani e Markovic contribuirão mais ainda durante esta época. Com os regressos de Rúben e Sálvio também ficaremos mais fortes. Já Ola John parece não se ter adaptado e talvez fosse melhor sair, por empréstimo ou a título definitivo, já em Dezembro.  

Agora não tenhamos ilusões: não deverá haver facilidades. O Sporting é mesmo candidato e o mais natural é o Porto começar a ganhar os seus jogos e deixar de perder pontos desta forma, com ou sem Paulo Fonseca. Em relação ao Sporting, importa perceber que já jogaram em Braga, em Guimarães e no dragão e já receberam o Benfica. O Benfica pelo seu lado foi a Alvalade, ao Funchal jogar com o Marítimo e a Guimarães, tendo recebido o Braga. Finalmente o Porto apenas recebeu o Sporting, tendo depois perdido pontos em duas deslocações à grande Lisboa (dois empates contra Belenenses e Estoril).

O Sporting tem uma equipa jovem e ambiciosa e um treinador competente e equilibrado que faz uma boa leitura dos jogos. O Sporting é uma equipa perigosa quando tem um avançado concretizador e embala para sequências de vitórias para lá do ciclo do Natal, pelo que não deve ser subestimado como adversário, apesar das más épocas que tem feito no passado recente. Lembro-me por exemplo da época em que foi campeão com Inácio e na qual contava com Acosta ou daquela em que tinha João Pinto e Jardel. Em ambas conseguiu não perder na Luz e em ambas contou com penalties inexistentes para o conseguir. Com um historial de dois jogos de choradinhos sportinguistas a propósito das arbitragens na Luz com supostos 2, 3 e até 4 penalties que supostamente teriam ficado por assinalar a seu favor, teremos que ser cuidadosos a dobrar.

O Porto parece muito abalado e tem claramente o calendário mais difícil dos 3 candidatos. Está atrás e desmoralizado e isso é bom. Mas não deve ser menosprezado, como as duas últimas épocas bem demonstram.

Em suma e olhando para o Benfica, mantenho que temos o melhor plantel e penso que estamos novamente numa boa posição para poder chegar ao fim em primeiro. Para isso precisamos porém de ganhar mais regularidade e consistência. Precisamos igualmente de vencer o Porto e o Sporting em casa (jornadas 15 e 18). Em campeonatos muito disputados (como serão quase sempre campeonatos curtos como o nosso, com apenas 30 jornadas), as vitórias sobre os rivais dão, para além dos 3 pontos e da vantagem sobre os competidores, aquele élan que motiva as equipas para as conquistas finais.

1 comentário:

  1. Jaime Magalhães comentou hoje o momento do fcp e disse 2 coisas muito significativas:
    1- a culpa não é só de Paulo Fonseca, nem foi ele que falhou o penalty. Tradução: quando o fcp está aflito há-de haver um ábitro amigo ou outra qualquer batota para minorar os danos; os jogadores só tem de converter os ditos
    2- a sad do fcp já está a tratar do assunto: fez-me lembrar situação similar há uns anos: o fcp estava a ganhar ao Rio Ave, deixou-se empatar, e não mostrou vontade ou capacidade para ganhar, e assim ficou empatado; na semana seguinte vozes do fcp surgiram a sugerir que um bom resultado, uma goleada, na próxima jornada traria tudo novamente para a normalidade; houve então um jogo com o Beira-Mar, arbitrado por (salvo erro) António Marçal, de Lisboa; nesse jogo, os jogadores do Beira-Mar até se desviavam do Jardel para não o incomodar, e o jogo ficou em 6 ou 7 a zero, e tudo voltou ao normal; mas, mais curioso, foi que em duas jogadas seguidas na grande área do fcp houve duas faltas para penalti; nem uma nem outra foi assinalada; nenhum jogador adversário reclamou; tudo normal.

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