terça-feira, 11 de junho de 2013

Reforçar a competência e a qualidade (II)

Independentemente dos erros, que existiram e de, entre outros, referi no anterior post sobre o assunto, Luis Filipe Vieira e Jorge Jesus têm os seguintes méritos que não podem ser negados: o presidente reforçou - e muito - a qualidade do plantel ao longo dos anos, ao passo que o treinador colocou a equipa a competir num patamar completamente diferente do que sucedia nos anos que o precederam.

O Benfica tem tido nos últimos anos plantéis de grande qualidade que estão a passar ao lado do sucesso que merecem por diferentes factores, uns imputáveis ao Benfica, outros completamente estranhos não apenas ao Benfica mas à própria essência do futebol. Nos últimos dois anos (pelo menos) o Benfica teria sido o campeão se estes factores estranhos não tivessem desempenhado um papel decisivo.

Em termos de erros próprios, deixando agora de lado as questões de combate ao sistema e de comunicação do clube, o Benfica não pode repetir erros do passado como sejam as apostas insistentes em jogadores claramente sem perfil para o Benfica ou começar épocas com carências em posições fundamentais.

Na época que se iniciará dentro de dois meses, o Benfica terá que ter no seu plantel um lateral esquerdo com capacidade e competências indiscutíveis, assim como uma alternativa (se possível ainda de maior qualidade) a Maxi Pereira. Terá igualmente que acautelar a questão dos centrais: se Garay sair é necessário pelo menos um substituto de grande qualidade, até porque Luisão não durará sempre. Steven Vitória parece-me uma solução óbvia que oferece garantias. Depois há ainda a questão do meio campo. Aimar já saiu e Carlos Martins deverá seguir o mesmo caminho. Jorge Jesus deveria a meu ver dar uma oportunidade a Miguel Rosa (mas não vai dar, pois o jogador será emprestado ao Belenenses, o que pelo menos lhe dará espaço para se mostrar) e apostar mais em André Gomes. Há ainda André Almeida e Uros Matic. A questão é se estes jogadores contam ou não para JJ. Se não contam e não se contratar ninguém podemos esperar novamente o meio campo do Benfica a acabar a época em grandes dificuldades.

Finalmente temos a questão Cardozo. Melhor goleador do Benfica dos últimos anos, o paraguaio era pouco utilizado antes de JJ chegar à Luz. Foi com Jesus que Cardozo cresceu e se tornou no goleador que é hoje. A sua atitude irreflectida (mas grave) deverá levar mesmo à sua saída do Benfica.

A confirmar-se, isto exige alguma reflexão e o encontrar de soluções. Markovic parece-me um grande jogador mas pelo menos neste momento não tem o perfil de Cardozo como finalizador e homem de área. Aliás não há muitos jogadores como Cardozo. A sua presença e poder físico, aliados à capacidade concretizadora tornam-no num jogador raro e valioso. Que ainda para mais se encaixa muito bem no tipo de jogo do Benfica.

Será portanto preciso JJ ver se quer substituir Cardozo por um jogador semelhante ou se pelo contrário aproveitará esta oportunidade para mudar um pouco o modelo do Benfica, ou jogando com dois avançados mais móveis ou jogando num futebol mais apoiado, fazendo uso das qualidades de Djuricic.

Em termos de qualidade, estou plenamente convencido de que Djuricic, Markovic e Sulejmani acrescentam qualidade ao Benfica. Importa portanto agora acautelar as saídas e encontrar soluções para as posições onde há carências já de longa data (na esquerda, desde Álvaro e Veloso só me lembro de Léo e Fábio, como jogadores com capacidade indiscutível para envergar a camisola do Benfica). 

Depois há que continuar a reforçar a competência: a abordagem aos jogos decisivos, a capacidade de comunicar e gerir a informação, as condições de treino, a organização do futebol. Tenho visto pela blogosfera várias críticas a Carraça, sobre as quais não me pronuncio pois não conheço o seu trabalho e o dia a dia do Benfica. A questão de Carraça é igual à de Lourenço Coelho, que está igualmente envolvido com o balneário e de quem também não é possível identificar méritos. No entanto, mais do que pessoalizar, importa é corrigir erros, ser mais competente, ter mais atenção aos detalhes (não se admite o que se passou no final da Taça) e encontrar equilíbrios na gestão das emoções que permitam retirar o melhor de cada um. 

O caminho do Benfica tem que ser este: de ano para ano ser cada vez mais competitivo, mais capaz, mais profissional e manter ou se possível reforçar a qualidade da equipa. Se assim for, os títulos certamente que começarão a aparecer com regularidade. 

2 comentários:

  1. vamos ter de lutar contra tudo e contra todos !

    Desde os do apito passando pela fruta azul e cuidado com os osgas da fruta podre ,pois estão mais ressabiados q nunca...

    viva o Benficaaa

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  2. Tenho defendido Cardozo, mas o que fez na final da Taça, de cabeça perdida ou não, é inaceitável. Penso que no ataque, se Lima mantiver a performance da última época e Rodrigo estiver a bom nível, não teremos problemas. Além de que os reforços parecem todos setas apontadas à baliza adversária. O problema será a defesa e, sobretudo, o sector crítico do meio campo (como discutido noutro post)... Poderá estar aí o nosso calcanhar de Aquiles. O nosso rival também perderá seguramente jogadores importantes, mas tem muitos, muitos milhões para gastar.

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