terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Até já há mortes - mas continua a não se passar nada

O jogo de sexta em Braga ficou marcado pela tragédia.
O que se passou não terá sido muito diferente do que a claque do Porto fez em muitos outros locais do país. Nem sequer isso é segredo, não se coibindo o líder daquela claque de publicar em livro tais façanhas.

Desta vez porém as consequências foram fatais. Um adeptos que fugia da claque em fúria foi atropelado e morreu.

Não sabemos o que se passou antes. Existem relatos que falam de apedrejamentos ao autocarro do Porto. De acordo com alguns a vítima poderia ter participado neles, de acordo com outros nada teve que ver e ia sozinho em direcção ao estádio quando começou a ser perseguido pelo bando de marginais.

A noite foi, de acordo com inúmeros relatos, de violência e terror: apedrejamentos, combates de bandos, um atropelamento fatal, dezenas de disparos de shotgun por parte da polícia e um verdadeiro caos vivido em várias zonas da cidade de Braga.

O que dizer sobre isto? Pelos vistos, para além de Rui Santos, de uma ou outra notícia muito a medo na imprensa, sobretudo n' "A Bola" e dos próprios habitantes do bairro das Andorinhas (palco principal dos confrontos) que viveram uma noite de terror, ninguém parece muito preocupado com o assunto.

E porque haveria de estar? Não vem isto acontecendo há anos (há décadas!) sem que ninguém tome medidas?

Não foi mesmo permitido, como atrás se refere, ao líder do mais activo bando de delinquentes do País, vangloriar-se de tais despautérios?

Como já tenho referido, a violência das claques é um problema que afecta todos os clubes e em relação à qual são necessárias medidas enérgicas. Ninguém está inocente nesta matéria. Infelizmente porém a impunidade é a regra neste País, sobretudo para o que se passa no Porto, onde para além disso existe uma grande promiscuidade entre clube e claques.

Impunidade que começa pela situação de um presidente que deveria, ao invés de se passear com meninas que têm idade para ser suas netas, estar atras das grades na companhia de Vale e Azevedo. Para além dos crimes de corrupção e promoção da prostituição, Pinto da Costa inúmeras vezes incitou ao ódio e violência. Outras tantas se utilizou das claques e de outros grupelhos criminosos para intimidar ou agredir quem se atrevia a fazer-lhe frente.

Sexta-feira já houve uma morte. Temo porém que ainda não tenha chegado para que alguns percebam o que se vem passando. Estou certo de que nada mudará - a não ser para a vítima e para a sua família. Esses ficaram com a vida estragada. Mas Pinto da Costa e os seus sequazes continuam a dormir descansados.

Adenda: testemunhas dizem que o "acidente" aconteceu após a paragem do autocarro da claque portista na via rápida.

"Segundo alegadas testemunhas oculares, o acidente ocorreu após a paragem na via de um autocarro com adeptos portistas, supostamente, alvo de apedrejamentos. Os familiares da vítima exigem explicações.
Desmentindo ter feito qualquer emboscada, a claque Red Boys (à qual pertencia João Mico), através do líder, Carlos Cerqueira, diz ter sido informada de que o veículo que transportava adeptos do FC Porto terá chegado a Braga “sem qualquer escolta policial”. “Queremos saber também por que parou na via rápida”, declarou."

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