sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Provocações e insultos - eles não sabem mais

Estranhei de algum modo uma certa "acalmia" dos lados das antas em vésperas de clássico.

Digo certa porque apesar de tudo houve provocações de Miguel Sousa Tavares, na sequência de uma outra situação que ainda aqui não comentei: o jogo de hóquei no Pavilhão da Luz entre o Benfica e o Porto.
Em primeiro lugar e já que abordo o assunto, é de lamentar que tenhamos perdido esse jogo tão importante, falhando nos momentos cruciais, sobretudo nos lances capitais de penalties e livres directos. Falhou qualquer coisa e se calhar um bocadinho do lado da mentalidade. Há que perceber que estes jogos têm que ser abordados como se se tratassem de uma verdadeira final e que ter uma atitude mais assertiva.
Mas claro que, em termos de desporto, o o pior viria depois. No desporto é sempre possível ganhar, perder e empatar. As pessoas civilizadas têm que estar preparadas para os três cenários ainda que entrem nos jogos sempre para ganhar. No fim há que aceitar o desfecho, ainda que seja óbvio que os que perdem não fiquem satisfeitos.
Com o Porto porém as coisas são diferentes. Quando perde os seus adeptos (o ano passado no "dragão-caixa" isso verificou-se na final do basket) tentam invadir o campo e agredir os adversários ou os seus jogadores (Hulk, Sapunaru, Helton) agridem quem lhes aparecer à frente. Quando ganham pelos vistos também agridem os espectadores.

Em todos os casos, há uma constante: foram provocados. Portanto fica tudo justificado.

Mais uma vez sublinho: é curioso. Num caso os adeptos do Porto agridem os nossos atletas, atirando toda a espécie de objectos para o campo e só não o invadindo pela intervenção da polícia, noutro os próprios jogadores de futebol agridem os famosos stewards (que afinal, de acordo com a Liga são apenas espectadores), ainda num terceiro caso os jogadores agridem à stickada os espectadores. Em todos os casos o que justificou as agressões? Provocações.

Mas ainda com imagens de uma agressão à stickada (que aliás nem é inédita, pois uma criança de 10 anos foi também há uns anos alvo do mesmo por parte dum jogador do Porto, ficando em coma e vindo a morrer dois anos depois em circunstâncias misteriosas), o que vem dizer Sousa Tavares? Que o Benfica não sabe perder.

Há uns meses Carlos Lisboa "não soube ganhar" porque "provocou" os adeptos do Porto, ao festejar a vitória do Benfica. Agora os adeptos do Benfica "não souberam perder" porque reagiram mal às provocações dos jogadores do Porto. (Alegadamente um adepto do Benfica terá cuspido para o guarda-redes do Porto. Lamentável? Sem dúvida. Condenável? Certamente. Justifica que o jogador do Porto o agrida à stickada? Para Sousa Tavares parece que sim.)

É um padrão de comportamento. É uma forma de estar.

É aliás a única que aquela gente conhece. Por isso se mostraram, pouco depois de as escrever, acertadas as minhas reflexões sobre a forma de estar que precisa de guerrilha e mau ambiente para motivar as suas hostes que caracteriza o Porto. Com efeito, apenas minutos depois viria o treinador do Porto com provocações despropositadas acerca do "próximo jogo do Benfica na Liga dos Campeões", de "como o Benfica está sempre bem e o Porto chega à Luz e ganha" e fazendo ainda insinuações que visam condicionar a arbitragem.

O que ele quer é conversa. Ele bem sabe como o Benfica está melhor, é mais forte. Teme o jogo pois sabe que sem factores estranhos o Porto tem poucas hipóteses de ganhar e muitas de perder. Portanto tenta, com este tipo de joguinhos mentais e ruído, baralhar os dados, instalar a dúvida nalguns adeptos do Benfica mentalmente mais frágeis, pressionar os árbitros.

Nos últimos anos o Benfica tem-se deixado ir nesta conversa, tem-se deixado abater demasiado por estes factores que deveriam ser estranhos ao futebol mas que para o clube do Porto são a forma, a essência mesma de como estão no desporto. Nos momentos em que soubemos resistir a todos os truques sujos, a todas as baixarias, provocações e aleivosias, jogando pelo Benfica, com paixão pelo Benfica e à Benfica, alcançámos vitórias únicas, que ainda hoje e sempre lhes estarão atravessadas.

Foi assim em 1991, quando César Brito calou as antas - mas não o túnel das antas, onde a mulher de Reinaldo Teles e o guarda Abel distribuiram chapadas. Foi assim em 2009 quando Saviola disse que o Benfica ia ser campeão e calou os portistas - mas não no túnel onde Fernando, Hulk, Sapunaru e Helton distribuiram murros e pontapés. Foi assim também em 1998 quando a perder 3-0 os jogadores do Porto desataram a agredir jogadores e treinadores do Benfica (na altura não havia o polvo mas houve uma Lula a pôr a mão na cara do então nosso treinador Souness e Jardel a agredir pelas costas - curiosamente dessa vez Paulinho Santos não deu cotoveladas nem partiu o maxilar de JVP). Em 2010 aquando da nossa vitória na final da Taça da Liga também por 3-0 Bruno Alves distribuiu pontapés e cotoveladas (sem ser expulso obviamente) e o jogo teve que ser interrompido por a claque do Porto arremessar objectos para a baliza benfiquista. E pelos vistos assim terá que ser muito mais vezes até que alguém ponha um fim a isto.

O Benfica tem que se alhear de todo este folclore de bairro, esta conversa de garotos e arruaças de selvagens e começar consistentemente a vencer o Porto. Por uma razão simples: é melhor. Para isso exige-se porém uma atitude competiva e ganhadora, que não se distraia nem se deixe intimidar, do 1º ao último minuto.

1 comentário:

  1. São um nojo e até lamento que me tenham feito desenvolver um sentimento mau: ódio!
    Cada vez os odeio mais, a todos que dali ninguém escapa!
    Pena é que estando bem melhor no jogo jogado não estejemos na frente como era devido, sempre e uma vez mais devido à escumalha do apito.
    Espero que tudo corra pelo melhor, João Ferreira será o menos mau
    Força Benfica

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