quarta-feira, 8 de maio de 2013

Porto-Benfica - o terror e a glória


Na jornada anterior ao jogo decisivo do "dragão", o Porto deslocava-se à Madeira e o Benfica recebia o Estoril.

No painel de apostas do jornal "Sol", todos os concorrentes apostaram numa vitória do Benfica: 10 deles por uma diferença de 2 ou 3 golos e outros dois por 1 golo.

Em relação ao jogo do Porto, sete dos concorrentes apostaram numa vitória portista por um golo de diferença, três por 2 golos e dois apostadores previram um empate.

No entanto o Estoril fez um jogo incrível, talvez o jogo das suas vidas na Luz, empatando e por pouco não vencendo. Carlitos, que foi jogador do Benfica sem nunca ter justificado a sua contratação, esteve, quase 10 anos depois dessa passagem, endiabrado, correndo até ao fim dos 95 minutos, tal como Licá e tantos outros.

Quanto ao Nacional, com  apenas 22 minutos de jogo decorridos perdia já por 3-0 contra um Porto que jogou quase a passo.

Claro que o Benfica podia ter feito mais e melhor, bastando para isso ter concretizado alguma das múltiplas oportunidades de golo, mas não é menos verdade que a determinação e capacidade dos jogadores do Estoril, mesmo reconhecendo-se a sua qualidade exibida ao longo da época, não deixou de ser surpreendente: havia sempre um jogador a interceptar os nossos remates, inclusivamente sobre a linha de golo. E à frente o perigo espreitava a todo o momento: desde Licá ao referido Carlitos, as pilhas não pareciam acabar. O resultado é até lisonjeiro para o Benfica face ao que se passou em campo.

Compare-se esta exibição do Estoril à do Nacional, cujos jogadores e treinador pareceram apáticos e conformados desde o primeiro minuto de jogo. Nacional que jogava em casa e que tinha ainda esperanças de chegar à Europa, face a um Porto que jogava com a pressão de saber que, perdendo, dizia adeus definitivo ao título.

Comparem-se as previsões do painel do "Sol" com os resultados que se verificaram.

Estranho? Certamente que sim. Infelizmente porém esta estranheza já se tornou mais ou menos normal neste País, sempre que o Porto é interveniente. Infelizmente sabemos, por múltiplos testemunhos e registos áudio irrefutáveis, que a trapaça é vista naquele clube como um recurso que não se hesita em utilizar para obter os resultados desejados.

Dito isto, não tenho a menor dúvida de que esses métodos (legítimos e ilegítimos) serão novamente usados no sábado. Não tenho dúvida de que será criado um ambiente terror à volta do jogo. Não tenho dúvidas de que o árbitro entrará em campo fortemente condicionado e muito predisposto a agradar à turba.

Contra tudo isto terá o Benfica que jogar. Tal como em 1991, quando César Brito calou as antas. Eu estava lá! Eu estive lá, não no seio da claque benfiquista, mas entre os adeptos do Porto. Eu sei o que foi aquele ambiente. Eu sei o que sofreram muitos benfiquistas após o fim do jogo, com grupos de adeptos do Porto a perseguir, roubar e espancar adeptos do Benfica que se limitavam a sair em silêncio do Estádio! Polícia nem vê-la! Foi até à estação da Campanhã a fugir, com cafés, portas de prédios, vãos de escada a servirem de abrigo contra a fúria de magotes de portistas. Nada disto saiu na altura na comunicação social, muito embora graças a um grande Senhor, de nome João Santos, se tenha então sabido o que aconteceu a jogadores e dirigentes do Benfica, que estiveram sequestrados nas Antas e tiveram (nalguns casos) que sair numa ambulância para fugir à fúria de adeptos, dirigentes portistas e até de autoridades que os deveriam proteger.

Sábado muitas destas coisas acontecerão de novo. Sábado todos benfiquistas que estarão naquele Estádio serão dignos de admiração pela coragem física que tal demonstra.

Contra tudo isto, uma vitória revestir-se-á de características que a tornarão única e inesquecível. São circunstâncias irrepetíveis que temos que saber aproveitar.

Vi alguns blogs - bem - alertar contra a questão do possível uso de substâncias dopantes. É mais um factor de preocupação. Contra um Benfica com já muitos jogos nas pernas, um porto dopado seria ainda mais difícil de bater. Não temos provas de que assim acontecerá - mas temos muitas suspeitas, perfeitamente sustentadas em testemunhos, alguns dos quais bem recentes.

Esses testemunhos não foram inventados pelos benfiquistas. São reais e vêm de pessoas que nada têm a ganhar ou perder com Benfica ou Porto. Aquilo que vemos também é de molde a criar, no mínimo, algumas perplexidades.

Tomemos por exemplo o jogo de Málaga (Málaga 2- Porto- 0). Será ilegítimo relacionarmos a prestação, por todos reconhecida como abaixo do expectável, do Porto nesse jogo com o facto de ter existido um controlo antidoping que até atrasou a sua comitiva? Será ilegítimo pensarmos que houve alguma razão que levou a que os jogadores escolhidos para este controlo tenham sido Fernando e Mangala?

As suspeitas não são infundadas, como fica demonstrado.

Simplesmente elas não podem servir de desculpa. Se algo de anormal existe, o Benfica tem que saber nas sedes próprias lidar com as situações. Conhecendo-se o passado deste Porto de Pinto da Costa, o Benfica não se pode colocar à mercê das suas múltiplas manobras ilegítimas. Tem que ser agressivo na defesa dos seus interesses e da lisura e verdade desportiva da competição.

De tudo o que fica dito, gostaria de concluir da seguinte forma: em 1991, o Benfica foi capaz, mesmo com terror e violência e tudo o mais que então se passou, sair com a vitória. Esta conquista-se antes de mais no plano mental e aplica-se depois na prática. Nenhum factor estranho será capaz de condicionar nenhum jogador do Benfica se a sua vontade dentro de campo o não permitir. Se a sua crença e determinação superarem a do adversário. É isso que eu espero ver acontecer sábado.



1 comentário:

  1. Boas, podem colocar o meu Blog sobre o Benfica na vossa lista de blogues do Glorioso ? Ficava muito agradecido e depois faria o mesmo.(óbvio)

    O meu Blog: http://agendadoglorioso.blogspot.pt/

    Saudações benfiquistas

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