segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Setúbal-Benfica - casos de arbitragem

Bastaram duas decisões correctas da equipa de arbitragem favoráveis ao Benfica para o treinador adversário e alguma imprensa tentarem transformar uma grande exibição e uma goleada à antiga do Benfica, num caso de manipulação do resultado por parte do árbitro.
É curioso que quando outros vencem por 3 e 4 bolas o resultado "não mente", "tem que se aceitar", "acaba por ser pesado", etc.
Quando o Benfica vence, ainda que seja por 5-0 como neste caso, temos treinadores adversários a atribuir a total responsabilidade do resultado ao árbitro, como aconteceu ontem com José Mota.

Penso que em todo o jogo há quatro lances nos quais os árbitros foram chamados a tomar decisões importantes.

O primeiro é evidentemente o vermelho a Amoreirinha. Antes do jogo tinha ouvido na Antena 1 a análise de José Nunes dizendo que o Setúbal tentaria de início, com um jogo muito físico, intimidar os jogadores do Benfica. Depois de ver a entrada de Amoreirinha (incompreensível, tratando-se de um jogador formado no Benfica) e ouvir as declarações de José Mota fico com a impressão de que realmente essa era a estratégia do Setúbal. Que obviamente correu mal e ainda bem para o futebol. A entrada é de tesoura, violenta e perigosíssima e não pode merecer qualquer outra sanção senão o cartão vermelho. É um caso em que há uma unanimidade completa até do painel de árbitros d' "O Jogo".

O segundo caso é o da posição de Melgarejo no primeiro golo do Benfica. A linha que se vê na televisão dá a ideia de que Melga estaria uns centimetros adiantado (o corpo, porque o pé está em cima da linha). Dá a ideia mas não dá a certeza absoluta, até porque o exacto momento do passe é quase indeterminável. Nestas circunstâncias (se na TV não temos a certeza então o fiscal em tempo real é impossível) manda a lei que se beneficie quem ataca. Nessa medida a decisão foi correcta.

Há depois dois lances de golos anulados ao Benfica (aos 55 e aos 69 minutos). Em ambos os casos parece-me que a decisão é correcta. No primeiro não há dúvidas, no segundo Nolito está ligeiramente adiantado. Também bem portanto.

O que justifica então as lamúrias e o choradinho do treinador do Setúbal, que veio falar de "grandes e pequenos", de "erros graves da equipa de arbitragem", de o terem "impedido de disputar o jogo" e de "dualidade de critérios"?

Aparentemente, José Mota queria que Luisão fosse expulso por uma falta absolutamente banal a meio campo. Ou seja, para Mota, uma vez que Amoreirinha tinha sido expulso, o árbitro deveria também, à primeira oportunidade, dar um vermelho a um jogador do Benfica.

O mais triste é que Mota tem razão em pensar assim. Ele sabe, de experiência, que muitas vezes é assim. Há árbitros que só precisam de um pretexto para expulsar jogadores do Benfica: Proença, Soares Dias, Capelas... Também já Jorge Sousa anulou (mal) um golo a Luisão em Braga e expulsou Cardozo depois deste ser dupla e cobardemente agredido por Mossoró e Ney, no célebre e triste jogo em que também Vandinho agrediu um treinador adjunto do Benfica (e seu no ano anterior) que tentou apaziguar a situação.

Quando um árbitro aplica as regras e essa aplicação resulta em benefício do Benfica, os adversários sentem-se porém injustiçados. É a força do hábito...
Esta é a realidade. E ela só parece adulterada porque vemos comentadores todas a semanas a tentar manipulá-la e porque há jornalistas que são coniventes com essa manipulação. É o exemplo da RTP que no seu resumo do jogo coloca junta as imagens da expulsão de Amoreirinha com o lance de Luisão como se houvesse alguma comparação entre as duas jogadas, sugerindo essa alegada dualidade de critérios e essa "explicação" para o desfecho do jogo.

Pena é que o Benfica nestas situações não tenha uma política de comunicação mais acutilante que ponha as coisas no seu devido lugar.

Uma palavra final para Jorge Sousa. Já nos prejudicou no passado mas ontem demonstrou coragem ao mostrar o vermelho aos 8 minutos. Duvido que o sistema tenha gostado...

2 comentários:

  1. Na imagem parada da sportv o Melga tem um pé em cima da linha desenhada e o outro... atrás.

    Depois essa linha tem origem num dos pés do lateral esquerdo do Setúbal, quando o resto do corpo está mais próximo da baliza.

    Acresce que o auxiliar está ligeiramente atrasado, mas coloca o corpo de modo que a sua visão esteja perfeitamente alinhada.

    Melgarejo não está fora de jogo e o discurso oficial assumido destina-se, tão somente, a criar condições de pressão num contexto futuro que se adivinha difícil, especialmente para os adversários directos do Benfica.

    Cumprimentos

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    1. Inteiramente de acordo. Esse mesmo discurso já determinou que nestes dois primeiros jogos, incluindo portanto o jogo com o Braga em que vimos um golo anulado injustamente (mas isso nada interessa, o que conta é que houve um penalty - crime!, ainda por cima assinaldo pelo fiscal de linha!! - o qual resultou ainda por cima uma expulsão injusta porque foi Custódio e não Douglão a fazer a falta), fomos beneficiados. Isto agora há de ter que ser pago com juros...

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