quinta-feira, 31 de maio de 2012

Crónica de Leonor Pinhão

Aos que ainda a não viram, recomendo a leitura da crónica de Leonor Pinhão n "A Bola", ainda sobre o a conquista do campeonato de basquetebol pelo Benfica no "dragão". Chama-se: A culpa disto é, foi e sempre será de Lisboa.

Retomando muito de quanto aqui temos dito acerca das "provocações" que acontecem sempre que o Benfica (ou outros, como o Barcelona) têm o atrevimento de conquistar um título nas Antas ou no "dragão", Pinhão conta muitos desses episódios, incluindo aquele em que os dirigentes do Benfica, incluindo o saudoso Jorge de Brito, tiveram que se refugiar numa ambulância, escrevendo uma das suas melhores crónicas. Com ironia mas também com todas as letras quando é preciso dizer como as coisas são. A crónica já está disponível nalguns blogs e eu não a transcreverei aqui.

Também Bagão Felix escreve no mesmo jornal uma nota sobre a crónica de Eduardo Barroso (que ontem analisei) apenas para perguntar ao cirurgião "se Carlos Lisboa está a mais no desporto" (como aquele sustenta) o que dizer então do treinador do seu clube que há uns anos foi ao Jamor espancar o então treinador da selecção nacional? (O blog vozes encarnadas já o tinha aliás ontem lembrado). 

No país das polémicas (há sempre algo de "gravíssimo" a passar-se), contra o Benfica tudo hoje se justifica. Qualquer mínimo gesto, menos próprio ou susceptível de ser interpretado como tal, é visto como justificação não apenas para ataques ferozes mas até mesmo para violência física. Ao contrário das "provocações", a violência é uma coisa perfeitamente compreensível e que se explica pelos "ânimos exaltados". O verdadeiramente condenável são ainda e sempre as "provocações" - como condenável é "a segunda carga policial" (a "primeira" "não comentam") sobre "crianças e mulheres indefesas". (Isto passou-se na Síria? Não, no "dragão").

Parece-se seguir destas "análises" que a polícia deveria ter-se retirado e deixado os adeptos ("que nenhum outro crime tinham cometido senão assistir a um jogo de basquetebol") fazer o que queriam. Em resumo, tudo normal, com excepção de um crime horrível de Carlos Lisboa e de uma actuação intolerável e absolutamente injustificada da polícia.

Àqueles que assim têm intoxicado a opinião pública só se pode responder com o desprezo.

Nunca fiz nem farei a apologia da violência, de forma manifesta ou velada, por instigação ou insinuação.

Aqui pelo contrário sempre condenei - e continuarei a condenar - qualquer forma de violência ou coacção. É por isso que apelo desde já, sem prejuízo de voltar a este assunto, que todos aqueles que se deslocarem ao pavilhão da Luz para assistir ao jogo de hóquei entre o Benfica e o Porto apoiem incondicionalmente a equipa mas nunca, em momento algum, excedam o que é normal e curial no desporto. A competição não é uma guerra nem um confronto físico. Agredir adversários em campos desportivos é contrário à essência mesma do desporto e os que o fazem - esses sim - não têm nele lugar. Há valores dos indivíduos, das comunidades, das sociedades e dos clubes que se sobrepõem (infinitamente) às vitórias no desporto.Só mentalidades muito distorcidas podem ver a coisa de forma diferente.

Apelo pois a quem me possa ler que o público da Luz seja sempre exemplar (e sobretudo nos jogos grandes) demonstrando o que significa ser do Benfica. Não precisamos de inventar inimigos para afirmar uma identidade como  não precisamos  não precisamos de insultar ou ameaçar para vencer. Gostamos de vitórias limpas e justas, conquistadas através de mérito, raça, saber e classe.

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